Escândalos e pressões políticas na História e na literatura. Bolsonaro e Covaxin são os atuais
por Hermínio Bernardo em 02/07/21 20:14
Uma teoria da História (com “H” mesmo) afirma que a história é cíclica. Ou seja, acontecimentos voltam a ocorrer de forma muito similar ao passado. Essa teoria tem diversas falhas como a quantificação do tempo e a simplicidade.
Nessa semana, uma grande confusão sobre a política brasileira tenta ser traduzida pelos meios de comunicação, que ainda investigam o que de fato aconteceu.
O servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda identificou irregularidades num contrato da vacina Covaxin. Ele sofreu pressões para liberar o contrato e relatou o caso ao irmão, o deputado Luis Cláudio Miranda. O parlamentar e o servidor levaram o caso ao presidente Jair Bolsonaro. Segundo os irmãos, Bolsonaro citou envolvimento de Ricardo Barros. O deputado e atual líder do governo na Câmara foi ministro da Saúde entre 2016 e 2018. Quando Barros estava no cargo, o Ministério da Saúde fechou um contrato de quase R$ 20 milhões de medicamentos com a empresa Global. Essa compra está sendo investigada porque o governo pagou e nunca recebeu os produtos. A Global é sócia da Precisa, empresa que está intermediando o contrato com a Covaxin, no valor de R$ 1,6 bilhão, o mesmo que não foi assinado pelo servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda.
Um conflito político envolvendo denúncias de corrupção – o que não é uma novidade na história da política brasileira. Isso até lembra da questão cíclica do tempo.
Alguns analistas avaliam que o contrato da Covaxin poderia ser o Fiat Elba de Bolsonaro. Em 1992, o então presidente Fernando Collor sofreu um processo de impeachment após a revelação de que a primeira-dama comprou o veículo com um cheque de um esquema de corrupção de PC Farias.
Pensando nesses bastidores da política, quero voltar ainda mais no tempo, para agosto de 1954. Rubem Fonseca traz um relato que mistura personagens fictícios com fatos históricos da história do Brasil no livro “Agosto”. Cada capítulo corresponde a um dia do mês, que narram os episódios que levaram ao suicídio do presidente Getúlio Vargas.
“Alcino atravessou a rua e atirou em Lacerda, que correu para o interior da garagem. O estrondo do revólver ao disparar surpreendeu Alcino, que por instantes ficou sem saber o que fazer. Notou então que o major se aproximara e agarrava sua arma. Novamente Alcino acionou o gatilho. O major continuou agarrando o cano do revólver até que Alcino, num repelão, soltou a arma dos dedos que a prendiam, caindo com o esforço que fizera.”
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