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Política

DATAFOLHA E 2022

Análise: “Governo Bolsonaro está morto? Não necessariamente”

Sociólogo explica porque Bolsonaro ainda pode reverter rejeição eleitoral

por Juliana Causin em 09/07/21 20:53

Apesar de desgastes políticos levarem a escalada da rejeição eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro não está morto eleitoralmente. Essa é a avaliação do sociólogo e pesquisador eleitoral, Maurício Garcia. Ele falou ao Dinheiro Na Conta, no MyNews, sobre a pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (9), que mostra Bolsonaro como líder em rejeição eleitoral para a corrida de 2022.

Segundo a pesquisa, 59% dos eleitores dizem que não votariam de jeito nenhum no atual presidente. No levantamento anterior, feito nos dias 11 e 12 de maio, a porcentagem era de 54%. “Mas há uma possibilidade [de Bolsonaro reverter o quadro]. É pequena, muito pequena, vale ressaltar. Mas nada é impossível na política”, diz ele, que lembra que o pagamento do auxílio emergencial teve efeitos positivos para a popularidade de Bolsoanro.

 “Quem está na cadeira de presidente, prefeito ou governador sempre larga em uma posição favorável porque tem a máquina na mão, tem a estrutura pública na mão e tem condições de entregas para a população”, diz Garcia. Ele lembra que nenhum presidente brasileiro que se candidatou à reeleição perdeu a disputa. 

Maurício destaca que a inflação e o empobrecimento da população, aliados aos desgastes políticos com a CPI e denúncias de corrupção, têm enfraquecido o nome de Bolsonaro para 2022. “O governo Bolsonaro está perdido”, diz Maurício.

Um governo perdido, segundo o pesquisador, mas que continua vivo na disputa eleitoral. “O governo Bolsonaro está morto? Não necessariamente ainda. Quem está com a caneta na mão e com a chave do cofre  pode se recuperar. A gente viu isso durante todo o ano de 2020 justamente com o auxílio emergencial”, lembra o sociólogo.

“Ficou muito claro que durante a distribuição do auxílio emergencial a avaliação positiva do governo Bolsonaro se elevou justamente nas camadas mais baixas da população. Ele conseguiu fazer isso. Precisa ver se o governo terá dinheiro, cacife e possibilidades políticas agora”, diz.

O levantamento do Datafolha foi realizado na quarta (7) e quinta-feira (8).Foram ouvidos 2.074 eleitores no Brasil de forma presencial. Atrás de Bolsonaro, em níveis de rejeição, aparecem: o ex-presidente Lula (59%), o governo João Doria (37%), os ex-ministros Ciro Gomes (31%) e Henrique Mandetta (23%), além de Eduardo Leite (21%). 

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