Celso Lemme, especialista em Finanças e Sustentabilidade do Coppead/UFRJ, comenta pontos que devem ser levados em consideração para avaliar se empresas seguem padrões ESG
por Luciana Tortorello em 04/08/21 19:47
Os padrões ESG estão em alta no mercado e vieram para ficar. A sigla se refere a Meio Ambiente (Environment), Social e Governança (Governance), na tradução livre para do inglês para o português. A tendência de valorização da sustentabilidade faz com que as empresas queiram se adaptar para seguirem os três pilares da sigla. Mas será que toda empresa que diz seguir os padrões ESG está realmente de acordo com os preceitos da sustentabilidade? Como é possível verificar isso?
Celso Lemme, especialista em Finanças e Sustentabilidade do Coppead/UFRJ, explica que há algumas características importantes na hora de confirmar se empresa está nos padrões ambientais, de sustentabilidade e governança que a sigla propõe.
O primeiro ponto é a trajetória da empresa; verificar desde quando ela segue os padrões de ESG. Isso não quer dizer que as empresas que estejam dando seus passos iniciais estejam descartadas, mas empresas que tenham uma trajetória consistente nessa direção estão um passo à frente.
“Olhar o histórico é a primeira coisa. É como se fosse um currículo de uma pessoa. Você pode ter um profissional muito bom, mas muito jovem, que está iniciando e pode ter um grande futuro, mas é diferente de um profissional sênior”,comenta o especialista.
Outro quesito importante é o conceito de materialidade, que significa checar se a empresa identifica com clareza, nos diversos itens da agenda socioambiental, quais são os mais relevantes para a atividade da empresa.
“É claro que a água é uma coisa importante para qualquer tipo de atividade, mesmo para um banco, uma seguradora, mas é mais claro ainda que a água é uma questão fundamental e, portanto, a agenda de recursos hídricos é fundamental no setor de bebidas. Então, quando a gente vai olhar os relatórios, as entrevistas, a atuação das empresas, [é importante] identificar se ela claramente reconhece aqueles itens da agenda socioambiental que são mais relevantes no negócio dela”, avalia Celso Lemme.
Um terceiro ponto, mas não menos importante, é ter atenção à cadeia de valor e não apenas às atividades que a empresa realiza. “É preciso olhar onde ela se abastece, toda sua rede de suprimentos. Se é sustentável na sua operação, mas a sua cadeia de fornecedores não é, a atividade dela como um todo deixou de ser”, argumenta Lemme.
Um fator recente que também tem sido levado em consideração é a política de bonificação adotada pelas empresas. Lemme cita três empresas que são reconhecidas e referência quando o assunto é ESG: a Natura – reconhecida internacionalmente por seus padrões responsáveis até mesmo antes deles estarem em destaque; a Renner, do setor de varejo, e a Suzano, do setor de papel e celulose.
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