Riscos fiscais e sinalização do FED influenciam câmbio. Entenda por que o movimento acontece e como proteger seus investimentos
por Juliana Causin em 18/08/21 21:48
Com incertezas fiscais no Brasil e a sinalização de aperto na política de estímulos nos Estados Unidos, o dólar disparou 1,99% nesta quarta-feira (18) e encerrou o dia cotado a R$5,37 – o maior patamar desde 4 de maio. Com o resultado, a moeda americana já acumula alta de 3,17% no mês. No acumulado do ano, o avanço é de 3,62%.
O resultado de hoje acabou pressionado – além dos temores envolvendo as contas públicas – pela divulgação da ata do Federal Reserve, o Banco Central americano.
O FED confirmou nesta quarta que deve iniciar ainda este ano a redução de estímulos monetários, que vêm injetando liquidez no mercado americano. A política da autoridade monetária de compra de títulos públicos teve início na pandemia, como forma de responder à crise, e vinha impulsionando também os mercados globais.
“Olhando para o futuro, a maioria dos participantes observou que, desde que a economia evolua amplamente como eles anteciparam, eles julgaram que pode ser apropriado começar a reduzir o ritmo de compras de ativos neste ano”, diz o documento. A sinalização levou os principais índices da bolsa de Nova York às mínimas, pressionado para baixo o desempenho do Ibovespa e piorando a inclinação do preço do dólar.
No noticiário doméstico, as incertezas fiscais são o principal fator de insegurança para os investidores. O mau-humor acabou abastecido nesta quarta com a aprovação, na Câmara dos Deputados, da retirada de pauta do projeto que modifica as regras para o Imposto de Renda. Esse foi o segundo adiamento do texto, em meio a pressão de Estados e municípios por modificações no texto, o que pode levar a perdas na arrecadação.
O temor sobre as contas do governo é influenciado ainda pelo debate sobre adiamento do pagamento das dívidas da União reconhecidas na Justiça, os precatórios. A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) enviada ao Congresso prevê o parcelamento em 10 anos de dívidas acima de R$ 66 milhões. A ideia é que o adiamento das despesas possa abrir espaço no Orçamento para a criação do Auxílio Brasil, versão repaginada do Bolsa Família.
“O que a gente sabe claramente é que os riscos associados à moeda brasileira estão subindo, e não caindo”, avalia em entrevista ao MyNews Investe, o gestor da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira. Ele afirma que a percepção de fiscal no Brasil tem se deteriorado.
Na terça-feira (17), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que os “ruídos” em relação ao cenário fiscal têm afetado as previsões de inflação e o desempenho do dólar. Segundo Campos Neto, o “barulho fiscal” contribui também para aumentar uma volatilidade já alta do mercado de câmbio.
Uma das maneiras de proteger recursos da oscilação da moeda americana é o investimento em fundos cambiais. “Essa é a maneira mais prática e a mais indicada para quem não tem tempo de ficar acompanhando e operando nas plataformas de investimento”, explica Pedro Paulo.
O fundo cambial tem como principal característica o investimento em moedas estrangeiras, como dólar ou euro. Como outros tipos de fundo, os ativos são administrados por gestores. “O gestor é o cara que está ali, é o profissional do assunto que está 48 horas com a obrigação de entregar o retorno do fundo exatamente na obrigação que você assinou com ele”, afirma.
Um levantamento da SmartBrain exclusivo para o MyNews Investe mostra quais os fundos cambiais que têm o melhor desempenho no acumulado do ano:
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