Desespero do Afeganistão chama atenção do mundo
por Hermínio Bernardo em 20/08/21 20:14
Os afegãos tentam desesperadamente fugir do país e escapar do novo regime imposto pelo Talibã. Na semana passada, escrevi que o grupo extremista avançava e se aproximava se Cabul. A conquista de territórios foi mais rápida que a imaginada pela comunidade internacional e, principalmente, pela inteligência dos Estados Unidos.
Pessoas se seguraram no trem de pouso do avião. Mães e pais deram seus filhos para soldados por cima do arame farpado. Diversos tumultos foram registrados no entorno do aeroporto internacional de Cabul, onde as pessoas se aglomeram na tentativa de deixar o país.
Enquanto isso, manifestantes foram às ruas contra o Talibã em diferentes cidades do Afeganistão. Os atos foram duramente reprimidos pelos combatentes do Talibã. A repressão ocorre até mesmo por símbolos. A bandeira do país foi substituída em locais públicos pela bandeira do Talibã.
O grupo extremista declarou o Emirado Islâmico do Afeganistão, mesmo nome adotado quando esteve no poder em 1996. Um dos comandantes do Talibã rechaçou qualquer possibilidade de democracia e afirmou que o país seguirá a sharia, que é a lei islâmica. Um porta-voz disse que os direitos das mulheres serão respeitados, de acordo com o código religioso.
Algo precisa ser feito pela comunidade internacional para proteger e defender os direitos humanos de afegãos. Cidadãos do país já eram um dos maiores contingentes de refugiados no mundo, ao lado da Síria, o que deve aumentar ainda mais.
Depois de “O silêncio das Montanhas”, a sugestão é “A cidade do Sol” também do escritor Khaled Hosseini. O autor é um dos principais nomes da literatura afegã e narra as questões políticas do Oriente Médio em suas obras.
“A cidade do Sol” traz a história de Miriam e Laila, duas mulheres que sofrem a perseguição e a ausência de direitos na sociedade regida pela lei islâmica e expondo a violência e brutalidade do Talibã. Um livro incrível e ainda mais necessário no atual momento.
“Com o passar do tempo, foi aos poucos se cansando desse exercício. Começou a achar cada vez mais exaustivas essas tentativas de evocar, de desenterrar, de ressuscitar mais uma vez o que há muito tinha morrido. Na verdade, anos mais tarde, chegaria o dia em que Laila não choraria mais por essa perda. Ao menos, não tanto, não tão constantemente. Chegaria o dia em que os detalhes daquele rosto começariam a escapar às garras da memória.”
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