Plataforma do Meta, empresa que controla Instagram e Facebook, divulga gastos em propagandas. Para especialista em Marketing Digital de campanhas políticas, senadora tenta se mostrar ao eleitorado para viabilizar candidatura.
por Julia Melo em 04/05/22 15:59
Senadora Simone Tebet (MDB-MS). Foto: Marcelo Camargo (Agência Brasil)
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) pagou, através de seu próprio nome, R$ 400 mil por impulsionamentos de publicações no Facebook e Instagram entre fevereiro e abril. Só na última semana de abril foram R$ 45.770. Dos presidenciáveis, ela é, até o momento, quem mais gasta diretamente com patrocínio de conteúdos.
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O MyNews fez um levantamento para saber quanto os pré-candidatos gastaram, entre fevereiro e abril, para impulsionar postagens nas plataformas do grupo Meta, que detém o Facebook e o Instagram. Foram coletados dados do Relatório da Biblioteca de Anúncios da empresa, que disponibiliza informações dos anúncios feitos com temas relacionados à eleições, política e temas sociais.
Dentro da plataforma, a ferramenta de anúncios também pode ser chamada de “turbinar”. Ela funciona a partir de um cadastro que pode ser feito em nome da pessoa que será beneficiada, como é no caso de Simone Tebet, ou feita por um terceiro. Nessa circunstância, não é possível rastrear o gasto, já que ele está vinculado a outro nome e não ao partido ou político em si.
Entre os presidenciáveis e seus partidos, nem André Janones e o Avante, João Doria e o PSDB e Bolsonaro e o PL empenharam valores no período buscado. Isso não significa que eles não tenham utilizado conteúdo patrocinado, mas sim que os seus nomes ou partidos não fizeram o intermédio.
Para o especialista em Marketing Digital de campanhas políticas Alexandre Inagaki é natural que Simone Tebet faça um investimento alto, já que não é tão conhecida entre o eleitorado brasileiro. “Ela precisa demonstrar que é uma candidata eleitoralmente viável. Se Tebet não começar a subir nas pesquisas [eleitorais] o mais breve possível, não vai ser ela que vai assumir o posto da terceira via” declarou Inagaki em entrevista ao MyNews nesta quarta-feira (4).
A equipe de Tebet direciona as publicações para São Paulo e Mato Grosso do Sul e tem o público feminino como foco. Segundo o especialista, a ferramenta permite que se invista no alcance de pessoas que têm mais chances de aderir às ideias e propostas do candidato. Nesse caso, São Paulo ganha destaque por ser o maior colégio eleitoral e o Mato Grosso do Sul por ser o estado de Tebet. A representante do MDB ainda fala mais para as mulheres por ter a representatividade feminina e os direitos das mulheres como uma de suas bandeiras.
O levantamento foi feito com base em buscas em nome dos presidenciáveis e seus partidos. Na plataforma, não há registro de que o ex-presidente Lula usou sua própria conta para pagar os anúncios, mas o Partido dos Trabalhadores tem feito os impulsionamentos em seu nome. Ao longo dos últimos três meses, foram investidos R$ 92,9 mil em publicações que focam no pré-candidato do partido.
A Meta não tem dados sobre os valores pagos em anúncios no nome de Ciro Gomes, mas as “turbinadas” feitas pelo PDT custaram R$ 9,98 mil. Nem todas as publicações do partido têm a ver com o presidenciável, muitas falam da história do partido e de outros políticos da sigla.
O Podemos, que até 31 de março era a casa de Sergio Moro, então pré-candidato à presidência, empenhou R$ 9,34 mil em publicações. Todas relacionadas a Moro, tanto diretamente, quanto citando a volta da Lava Jato e o combate à corrupção.
Já o União Brasil, novo partido do ex-juiz, pagou R$ 2,24 mil para impulsionar publicações nos últimos 90 dias. O partido Novo, por sua vez, investiu R$ 2 mil em postagens relacionadas ao seu pré-candidato Felipe d’Ávila.
Alexandre Inagaki reforça que a ferramenta de impulsionamento é muito útil para os candidatos alcançarem públicos específicos, mas é extremamente importante estar atento às regras.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permite o impulsionamento de conteúdo pago na internet mesmo na pré-campanha, com algumas condições. Não é permitido pedir voto de forma direta, nem fazer disparos de mensagem em massa. Também só é permitido ao partido, ao político ou à empresa cadastrada na Justiça Eleitoral contratar o serviço de impulsionamento. A propaganda eleitoral está autorizada somente a partir do dia 16 de agosto.
Confira a entrevista completa com o especialista no Café do MyNews desta quarta-feira (4):
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