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Por que precisamos falar sobre o México?

Confira a coluna da Sylvia desta semana

Em 21/06/23 13:51
por Coluna da Sylvia

Sylvia Colombo nasceu em São Paulo. Foi editora da Ilustrada, da Folha de S. Paulo, e atuou como correspondente em países como Reino Unido, Colômbia e Argentina. Escreveu colunas para o New York Times em Espanhol, o Washington Post em Espanhol, e integra os podcasts Xadrez Verbal e Podcast Americas. Entrevistou a vários presidentes da regão. Em 2014, participou do programa da Knight Wallace para jornalistas na Universidade de Michigan. É autora do "Ano Da Cólera", pela editora Rocco, sobre as manifestações de 2019 em vários países da regiõa. Vive entre São Paulo e Buenos Aires, enquanto viaja e explora outros países da Latam

Imagem: Amigos3D/pixabay

Este particular país da América do Norte, porém identificado culturalmente na America Do Sul,verá o fim do chamado sexênio (no México, as gestões são longas e sem reeleição), em 1 de julho de 2024. Um período em que, se por um lado imprimiu uma nova cara ao modo de fazer política num mundo em transformação, por outro preferiu isolar tanto seu país em termos de relações e investimentos internacionais, ao não chamar ao debate lideranças, opositores, referentes de outros países. “Outros países têm problemas, eu me dedico a resolver os de México, diz AMLO”, quando perguntado por essa questão.

AMLO é o primeiro presidente de sua força política, o Partido da Regeneração Nacional, o Morena, fundado por ele. Surgiu, em seus primórdios, do próprio PRI, e foi se afastando por desavenças.

É fato que o gasto social referente a ajudar os mais pobres foi recorde nos últimos anos, em vez de privilegiar fábricas de peças e autopartes, que era a política principal que interessavam os EUA de Trump e as estratégicas de Peña Nieto. AMLO preferiu estradas novas e entregas de planos para a educação e programa de bolsas. Um plano de neoliberalismo mexicano dava lugar a um desenvolvimentismo nacionalista, com toques esotéricos em seu discurso.

Suas altas aprovações, medidas entre 65% e 70% nos mostram que em algo se avançou.

Porém López Obrador vem se debilitando por não ter o Congresso para ajudá-lo em suas reformas de modo tão fácil como no começo, foi obrigado a aceitar a pressão dos EUA em pressionar migrantes centroamericanos a não irem aos EUA, a reprimir, e é aí que seu governo tem encontrado dificuldades, além de ter tido uma posição algo irresponsável no caso das vacinas de Covid-19. Eram famosos os vídeos em que Lopez obrador ia a comércios populares para estimular que as pessoas mantivessem viva a cultura local.

A corrida pela sucessão de AMLO já está lançada. Como este é o principal líder da luta, as primárias do país, que ocorrem em distintas rodadas, praticamente será acompanhada com se fosse novela, entre os que preferem a candidata Claudia Sheinbaum, e seu diálogo talvez também algo esotérico, e o do ex-secretário de Estado Maurício Ebrard, que surge como opção mais séria, moderada do que é AMLO. Como o México não tem figura de vice-presidente, Ebrard é uma espécie de mão do governo em todas as áreas. Seria estranho que ele não se candidatasse. Em se tembro de setembro, conheceremos os resultados das corridas intra-candidatos.

Não devemos nos furtar a dizer que Ebrard tem mais experiência com os EUA, e poderá lidar com melhores acordos com a Latam no que diz respeito a fluxos migratótios, enquanto Sheinbaum não lhe doerá o punho apoiar as decisões mais linhas dura de AMLO.

Não devemos demorar a trazer a voz do povo aqui. AMLO é amado por mais de 65% dos mexicanos, dos 70% que querem que ele continue com o cargo. Embora isso seja impossível pela Constituição, é comum, por exemplo na hora do PRI, que em algum momento o atual mandatário unja seu preferido com o famoso “dedazo”, ou seja, dizendo que a máquina do Estado será disponibilizada que para este se eleja. Essa técnica funcionou durante as 7 décadas de poder do PRI. Veremos algo distinto agora?

Com o rápido de desgaste de Claudia Sheinbaum contamina algo pouco saboroso que teve de entregar a seus eleitores: uma política mais dura e repressiva no que diz respeito à imigração ilegal.
Enquanto o cenário não se termina de formar, as eleições primárias do Morena ganham espaço de novela nacional cujo episódio será no dia 6 de setembro. Se levantará AMLO para indicar sua sucessora ou sucessor?

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