Segundo reportagem do The New York Times publicada nesta semana, as taxas de criminalidade e imigração nos EUA se moveram em direções opostas nos últimos anos
por Sofia Pilagallo em 23/07/24 16:39
Ferido, Donald Trump ergue o punho após tomar tiro de raspão em comício no sábado (13) | Foto: Reprodução: Twitter/DonaldJTrumpJr
O ex-presidente e candidato republicano Donald Trump culpa imigrantes pelos crimes nos Estados Unidos, mas quem tentou assasiná-lo foi um homem branco, afirmou o professor de relações internacionais Vitelio Brustolin, da Universidade Federal Fluminense (UFF), durante participação no Segunda Chamada de segunda-feira (22). O suspeito de atirar em Trump, durante comício em 13 de julho, foi identificado pelo FBI como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos. Ele era natural de Bethel Park, distrito na Pensilvânia, e filiado ao Partido Republicano.
“Trump responsabiliza imigrantes por crimes diversos, como terrorismo, quando, na verdade, uma minoria ínfima dos crimes nos EUA é cometida por essas pessoas. Dados divulgados recentemente pelo [jornal americano] The New York Times mostram isso. Inclusive, o atentado contra Trump não foi cometido por um imigrante, e sim por um homem branco”, disse Brustolin.
Segundo reportagem do NYT publicada nesta semana, as taxas de criminalidade e imigração nos EUA se moveram em direções opostas nos últimos anos. Depois que a imigração ilegal despencou em 2020, a taxa de homicídios aumentou. E depois que a imigração ilegal disparou em 2021 e 2022, os homicídios estagnaram e depois caíram.
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Trump e outros republicanos, como o governador do Texas, Greg Abbott, sugerem que os imigrantes são especialmente propensos a cometer crimes, mas os dados mostram o oposto: os imigrantes são menos propensos a cometer crimes. Há uma série de problemas relacionados à imigração ilegal, mas a criminalidade não é um deles.
Ao longo de seu mandato como presidente, e mesmo depois que deixou o poder, Trump fez diversas ofensas públicas aos imigrantes que residem nos EUA. Ele chegou a chamá-los de “animais” e afirmou que a imigração “contamina o sangue norte-americano”. Durante o próprio comício em que sofreu uma tentativa de assassinato, criticou o aumento de imigrantes na capital do país, Washington, e disse que, se for eleito, a nação irá “se livrar desse pesadelo”.
Para o professor Vitelio Brustolin, a imigração será uma das principais pautas da campanha eleitoral. Tanto Trump quanto a vice-presidente Kamala Harris, escolhida pelo presidente Joe Biden para substituí-lo na corrida presidencial, devem insistir muito nesse assunto até a eleição, em 5 de novembro. Enquanto o republicano é anti-imigração, a democrata é filha de imigrantes (mãe indiana, pai jamaicano).
Assista ao Segunda Chamada de segunda-feira (22) e veja por que Kamala promete se tornar uma pedra no sapato de Trump:
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