Natália Viana afirmou não saber ao certo por que isso ocorre, mas acredita que há uma rejeição ao jornalismo que pode ser geracional
por Sofia Pilagallo em 01/08/24 15:24
Jornalista Natalia Viana concede entrevista à Mara Luquet | Foto: Reprodução/MyNews
Os chamados “populistas digitais” perceberam que atacar jornalistas nas redes sociais dá ibope e batem nessa tecla para ganhar engajamento, afirmou ao MyNews a jornalista Natália Viana, co-fundadora e diretora executiva da Agência Pública, agência de jornalismo investigativo independente. Em entrevista à Mara Luquet, Natalia afirmou não saber ao certo por que isso ocorre, mas acredita que há uma rejeição ao jornalismo que pode ser geracional. “Populista digital”, explica, é um termo atribuído a uma pessoa que usa a própria popularidade nas redes para criar polêmicas e se projetar, como é o caso do ex-presidente Donald Trump.
“Acho que as pessoas mais novas identificam o jornalismo como uma instituição, como grandes corporações, o que obviamente não é o nosso caso”, afirma Natália. “No bojo desse sentimento antissistema, se atacam grandes corporações, como a Rede Globo, que devem ser criticadas, claro, mas também se joga o jornalismo fora, e o jornalismo é essencial. As pessoas acham que elas podem abrir mão do jornalismo, mas não podem.”
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Para Natália, um período que evidenciou com muita clareza a importância do jornalismo para a sociedade foi a pandemia que, inclusive, fortaleceu a credibilidade da imprensa perante a população global. Segundo pesquisa do Instituto Reuters, a confiança na informação dada pela mídia aumentou em média 6 pontos do início da pandemia, em março de 2020, até junho de 2021, chegando a 44% no geral.
À época, as pessoas ficaram recolhidas dentro de suas casas. Dependeram exclusivamente dos grandes canais de mídia para se manterem informadas sobre a situação da doença, que fez centenas de milhares de vítimas por todo o Brasil. Para já jornalista, a Globo, por exemplo, teve importância fundamental nesse processo. O papel do jornalismo é não só trazer informação de qualidade, mas também monitorar as autoridades e representar os interesses da população quando necessário.
“Na pandemia, as pessoas entenderam que é preciso, o tempo todo, ter alguém avaliando se uma informação é verdadeira ou não, que informação está sendo escondida, se o governo está cumprindo metas, se tem corrupção, se não tem. O jornalista é quem monitora o governo em nome do povo e conta quando alguma coisa está errada”, diz.
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