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Política monetária

Copom mantém taxa Selic em 2%, mas retira sinal de juro estável para o futuro

Comitê decidiu acabar com o chamado ‘forward guidance’ que manteve taxa em mínima histórica desde agosto

por Rodrigo Borges Delfim em 20/01/21 19:33

Fachada da sede do Banco Central, em Brasília
Fachada da sede do Banco Central, em Brasília.
(Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasi)l

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (20) por unanimidade manter em 2% ao ano a taxa básica de juros da economia, a Selic.

É a terceira vez que o Copom mantém a taxa em sua mínima histórica, confirmando o que já era esperado pelo mercado.

Em comunicado, o Banco Central informa que  “o Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2021 e, principalmente, o de 2022”.

Quanto à economia nacional, o Copom avaliou que indicadores referentes ao final do ano passado “têm surpreendido positivamente”, mas não a ponto de compensar a recente alta no número de casos de Covid-19 no Brasil. De acordo com o comunicado permanece uma situação de incerteza na economia “acima do usual”, especialmente considerando o primeiro trimestre, em razão de fatores como o fim do auxílio emergencial.

Fim do forward guidance

Uma novidade do comunicado do Banco Central é a retirada da sinalização de forward guidance, instrumento implementado na reunião de agosto passado como uma sinalização de que manteria os juros baixos no futuro.

Em outras palavras, o fim do forward guidance deixa aberta a porta para um possível aumento dos juros na próxima reunião – que ocorre em 16 e 17 de março – , caso os movimentos da economia justifiquem esse ajuste.

Em vista das novas informações, o Copom avalia que “essas condições deixaram de ser satisfeitas já que as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, estão suficientemente próximas da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária. Como consequência, o forward guidance deixa de existir e a condução da política monetária seguirá, doravante, a análise usual do balanço de riscos para a inflação prospectiva”, escreveu o BC.

Desde outubro de 2012, quando a Selic estava em 14,25% ao ano, a taxa sofreu cortes sucessivos que a levaram a 6,5% em maio de 2018. Depois de outras dez reuniões sem mudanças na taxa, o Copom voltou a reduzir os juros até chega a mínima histórica de 2%, em vigência desde agosto passado.

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