Deputado bolsonarista foi preso em flagrante nesta terça-feira depois de publicar um vídeo com ofensas aos ministros do STF
por Gabriela Lisbôa em 17/02/21 12:31
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, convocou uma reunião extraordinária da mesa diretora da Câmara para esta quarta-feira (17), às 13 horas. Em seguida, Lira deve se reunir com o Colégio de Líderes para discutir e analisar a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL – RJ).
Silveira foi preso em flagrante depois de publicar um vídeo com ofensas aos ministros do Supremo Tribunal Federal. Em um trecho, ele diz que já tinha imaginado várias vezes o ministro Edson Fachin levando uma surra e que qualquer cidadão que imaginasse Fachin levando uma surra com um gato morto não estaria cometendo crime. No vídeo, o deputado fez ataques nominais, também, aos ministros Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Marco Aurélio Melo, Gilmar Mendes e o próprio Alexandre de Moraes.
Como ocupa o cargo de deputado federal, Daniel Silveira possui imunidade parlamentar. Um deputado só pode ser preso em flagrante e, mesmo assim, a prisão precisa ser aprovada pelo plenário por maioria simples, os deputados também podem decidir pela soltura do colega. É essa discussão que Lira pretende começar no início da tarde.
O ministro Alexandre de Moraes justificou que a prisão seria em flagrante porque o vídeo ainda estava no ar, sendo exibido, ou seja, o crime ainda estava acontecendo. Esta é a primeira crise que o novo presidente da Casa vai ter de enfrentar. Ele pode se alinhar ao presidente Jair Bolsonaro e dar sustentação a um deputado que verbalizou algo que na verdade faz parte da estratégia palaciana de manter sua base ideológica unida. Nesse caso, compra briga com o Supremo Tribunal Federal que, inclusive, tem processos contra ele na gaveta. Outra opção de Lira é manter a prisão e ficar bem com os ministros togados, mas se indispor com Jair Bolsonaro.
Logo depois da prisão, Lira se manifestou nas redes sociais. No Twitter, ele publicou que a posição da Câmara não deve refletir a vontade ou a posição de um indivíduo. Ou seja, ele tenta despersonalizar a decisão que precisa realmente ser avaliada pelo plenário, pelos 513 deputados. Na sequência, ele fala em conduzir o processo com serenidade e consciente das suas responsabilidades com a instituição e com a democracia, fazendo um aceno ao STF de que se comportará como um chefe de poder, não como um chefe de poder que chegou lá pelas mão do presidente Bolsonaro.
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