Lula teimou, nós teimamos, e deu certo. Mas, a justiça só está começando
por Gleisi Hoffmann em 13/03/21 11:31
A anulação dos processos contra Luiz Inácio Lula da Silva, pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), reconhece a ilegalidade que o ex-presidente sempre denunciou. É um dos eventos jurídicos mais importantes de nossa história, ainda que tardio. É a correção de rumo para retomar o Estado Democrático de Direito, escancarando a ilegalidade na origem das ações e confirmando que os processos contra Lula jamais poderiam ser julgados na Justiça Federal do Paraná, sob a coordenação do ex-juiz Sergio Moro. Aliás, a própria sentença do ex-ministro de Bolsonaro, na ação do triplex, já dizia isto: não havia a ligação de Lula com nenhum ilícito da Petrobras.
O principal mérito da decisão do ministro Fachin foi reconhecer os direitos políticos plenos e a cidadania de Lula. São os direitos que lhe foram roubados e que tiveram como resultado a eleição desse homem que está na Presidência da República. Nada pagará a injustiça contra Lula, mas isso estabelece um divisor de águas, dessas águas turvas da injustiça e da perseguição, dando-nos condições para atingirmos aquilo que Lula sempre pediu: ter direito a um julgamento justo.
Lula teimou, nós teimamos, e deu certo. Mas, a justiça só está começando.
O próximo passo é a penalização de Sergio Moro, que, como vimos recentemente, foi provado o conluio da Força Tarefa da Lava Jato para condenar Lula a qualquer custo. Moro tem que ser declarado suspeito pelas vastas provas entregues à Suprema Corte e esperamos que isso ocorra.
Depois de cinco anos de lawfare e 580 dias preso, ao contrário do que muitos pensavam, Lula ressurge no cenário político como agregador das diversas forças políticas, movimentos sociais, trabalhadores e empresários que querem se contrapor ao desastre que é o governo Bolsonaro. No discurso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, mostrou o que é ser um estadista, uma liderança que tem condições de dirigir os destinos do país.
Mas, como ele mesmo disse, 2022 ainda pode esperar. O que importa é o aqui e o agora. É 2021. A população brasileira precisa de socorro, prefeitos e governadores precisam de ajuda, estamos enfrentando um verdadeiro desmonte do Estado de bem-estar social construído a duras penas e previsto na Constituição de 88. O que Lula defende para agora é a união de todos aqueles que querem defender o Brasil e o povo do governo da morte. União para defender a vacinação contra a covid-19, o SUS, a renda emergencial, o emprego e enfrentar a crise econômica. Salvar o Brasil da crise e da ignorância.
O ex-presidente Lula é o melhor candidato que nós temos, diria o melhor para o Brasil, é o candidato do povo, conhece o país e suas necessidades. E é claro que Lula pautou o debate político, sacodiu o cenário eleitoral e, com a decisão do STF, a voz de Lula cresce muito na mobilização popular e política. Como vimos o próprio Bolsonaro tenta, mas não consegue, se reposicionar de olho no efeito Lula para as próximas eleições. Mas, o Partido dos Trabalhadores vai decidir a candidatura de 2022 no momento adequado, de forma democrática, conversando com nossas lideranças e com Lula. Vamos conversar também com partidos parceiros do campo progressista para encontrar a melhor forma de barrar o retrocesso e o atraso que estamos vivendo e levar o Brasil de volta ao caminho da inclusão social e desenvolvimento sustentável.
Única certeza que temos agora em relação a 2022 é que o povo terá a chance de escolher livremente seu destino no processo eleitoral, o que lhe foi negado em 2018!
Gleisi Hoffmann é presidente nacional do Partido dos Trabalhadores e deputada federal pelo Paraná.
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