Os números da semana na economia e nas pesquisas favoráveis ao governo Lula 3, que mostram também o crescimento do antibolsonarismo em São Paulo
Em 02/09/23 11:29
por Balaio do Kotscho
Ricardo Kotscho, 75, paulistano e são-paulino, é jornalista desde 1964, tem duas filhas, 5 netos e 19 livros publicados. Já trabalhou em praticamente todos os principais veículos de mídia impressa e eletrônica. Foi Secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República (2003-2004). Entre outras premiações, foi um dos cinco jornalistas brasileiros contemplados com o Troféu Especial de Direitos Humanos da ONU, em 2008, ano em que começou a publicar o blog Balaio do Kotscho, onde escreve sobre a cena política, esportes, cultura e histórias do cotidiano
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Primeiro, desdenharam dos feitos de Lula nos primeiros meses do terceiro governo, dizendo que os bons números da economia se deviam ao fato de o presidente ser um “homem de sorte”.
Agora, que saíram os números consolidados do crescimento do PIB do 2º trimestre de 2023 (0,9%, três vezes mais do que o previsto pelo mercado), falaram em “grande surpresa”.
Sorte a nossa de ter um presidente surpreendente como Lula, que em apenas 8 meses de governo resgatou a autoestima e devolveu a confiança ao povo brasileiro e aos investidores nos rumos do país. Sim, temos futuro, a era Bolsonaro não conseguiu acabar com o país.
O título da matéria do Estadão online resume tudo: “PIB: Brasil é o 7º em crescimento e pode voltar ao top 10 das maiorias economias em 2023”. A previsão é da agência de classificação de risco Austin Rating, que não ganhou manchete em nenhum veículo nativo. A recuperação foi mais rápida do que se esperava.
Para mim, não foi nenhuma surpresa porque já vinha escrevendo isso faz tempo, a partir dos resultados das últimas pesquisas de avaliação de governo, em que crescia a curva de aprovação e caia a de desaprovação. Sabemos que o juízo dos eleitores sempre é baseado nos resultados econômicos que ele sente no bolso e na barriga, e não nas análises “isentas” dos comentaristas da mídia. Dava até pena ver o Demétrio Magnoli na Globo News tentando minimizar o resultado do PIB.
Esta não foi a única boa notícia da semana para o governo, que vive seu melhor momento desde a posse. A mesma pesquisa Datafolha que registra 45% de aprovação e 25% de rejeição do governo Lula em São Paulo, mostra o declínio do antipetismo e o crescimento do antibolsonarismo na cidade.
Enquanto 68% dos paulistanos afirmam que não votariam de forma alguma num candidato indicado por Bolsonaro nas próximas eleições municipais, apenas 37% não votariam num candidato apoiado por Lula.
Como esta campanha está novamente polarizada entre o PT e o anti-PT, representado por Ricardo Nunes (MDB), o atual prefeito, sem maiores chances para os demais candidatos, o apoio tóxico de Bolsonaro pode lhe tirar mais votos do que dar, ao contrário do que acontece com Boulos e Lula.
36% dos eleitores de Boulos aprovariam a indicação de Lula, 48% talvez votassem e apenas 13% rejeitariam a ideia. Com o PSDB, que elegeu Bruno Covas, falecido no início do segundo mandato, tendo Nunes de vice, em estado de coma, onde o prefeito vai caçar votos se não for no que restou do bolsonarismo paulista?
Lula está surfando no momento na economia, comandada com muita competência e lucidez por Fernando Haddad, contrariando todas as previsões pessimistas do mercado e da mídia, e não pode dar sopa para o azar na política, como está ameaçando fazer com essa história de reforma ministerial só para abrigar o Centrão de Arthur Lira. Aí que está o perigo.
Tudo bem que é necessário negociar cargos para garantir a governabilidade no Congresso, mas tudo tem limites. Principal instrumento financeiro para a implantação de todas as políticas sociais, o pau da barraca da popularidade do governo, a Caixa Econômica Federal, por exemplo, não pode ser entregue de “porteira fechada” ao PP de Lira, Ciro Nogueira e seus Fufuquinhas, como eles querem. É muita raposa para pouco galinheiro. Já basta o Juscelino Codevasf Filho (União Brasil) no Ministério das Comunicações.
Lembrem-se do que aconteceu no mensalão, quando diretorias de estatais foram entregues a partidos como o PP, e deu no que deu. Todo cuidado é pouco.
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