GT do Conselhão para baixar juros foi pego de surpresa com IOF
A taxa de juro brasileira está insuportável. A frase não é de um sindicalista, um comunista ou um ativista de esquerda. O desabafo é de um banqueiro de investimentos.
O anúncio do aumento do IOF (medida já suspensa pelo próprio governo) desconcertou até os mais experientes integrantes do Grupo de Trabalho do Conselhão que há mais de um ano tem feito esforços para sugerir medidas ao presidente Lula que baixem o custo do dinheiro no Brasil, leia-se : baixe as taxas de juro.
O presidente Lula já tem nas mãos um rol de medidas sugeridas por este grupo no sentido de reduzir os depreds brasilieiros, ou seja a taxa que faz com que a taxa de juro que já é alta fique ainda mais salgada para o brasileiro.
“Você faz este baita esforço, vem essa medida e joga para o alto o custo do financiamento”, diz um dos integrantes mais dedicados deste GT do Conselhão.
VEJA: Recuos de Haddad preocupam governo e animam a oposição
O sistema bancário nao tem o menor interesse em spread bruto alto, ele diz. Mas então banco não quer lucros maiores?
Banco quer lucro, não é ONG. Ocorre que o spread bruto é formado pela parte do lucro do banco, do custo administrativo, do custo imposto, e do custo da inadimplência. E quando ele chega a um patamar como o brasileiro e por tanto tempo, o lucro fica comprometido pela taxa de inadimplência, pela escassez de operações e pelo aumento de incertezas na economia.
IOF maior significa juro ainda maior para empresas e consumidores. O mercado reagiu com mau humor e com a desconfiança de que é game over para o ministro Haddad. A saída dele seria mal recebida pelos agentes financeiros, mas a Faria Lima já não espera que Haddad consiga resultados relevantes para a economia.