Com cargos na ALERJ, Magé e também na Defensoria Pública, familiares estão em várias frentes pelo estado.
O Rio de Janeiro pode ser explicado de diversas maneiras e histórias. Aqui, o MyNews resolveu falar sobre famílias que comandam o estado, o município ou pequenas cidades. Começamos pelos Cozzolino, que controlam Magé, na Baixada Fluminense, sob a prefeitura de Renato Cozzolino (PP).
A influência da família também se estende a outros cargos importantes. No final de 2024, Paulo Vinicius Cozzolino se tornou defensor-geral do Rio de Janeiro, ao vencer com 63,4% dos votos contra a defensora Patrícia Cardoso, que ocupava o cargo e obteve somente 36,6%.
Historicamente, Paulo Cozzolino ocupou outros cargos de destaque. Foi subprocurador-geral de Magé em 2005, nomeado por sua prima, a então prefeita Núbia Cozzolino. Há 20 anos, foi acusado de nomear parentes para cargos comissionados no município.
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Já Renato Cozzolino, atual prefeito de Magé, foi deputado estadual. Na Alerj, votou a favor da nomeação de Domingos Brazão para o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Brazão hoje está preso, acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco em 2018. Renato também votou a favor da privatização da CEDAE, medida amplamente criticada pelos cariocas.
Em 2023, um escândalo divulgado pela Rede Globo revelou que Renato nomeou 10 parentes na Prefeitura de Magé, com salários que juntos somavam 100 mil reais.
Denúncia do Grupo Globo sobre cargos dados por Renato para pessoas da família – Foto: Reprodução RJTV
A família Cozzolino também esteve envolvida em outros episódios polêmicos. Em 2016, o ex-prefeito Rozan Gomes da Silva, membro do clã, foi preso durante a Operação Terra Prometida, conduzida por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
O clima de disputa política em Magé é constante. Em 2020, Renata Castro, de 38 anos, foi executada com cerca de 15 tiros na porta de casa, no bairro Fragoso. Renata, que já havia feito campanha para Renato Cozzolino, denunciou em redes sociais que estava sendo ameaçada pelo vereador Clevinho Vidal (PCdoB). Ela era conhecida por criticar a gestão do então prefeito Rafael Tubarão.
Núbia Cozzolino, prefeita em gestões anteriores, se envolveu em vários escândalos de corrupção. O mais notório foi o desvio de R$ 17,7 milhões dos cofres da Prefeitura de Magé. Núbia foi cassada em 2010 pela juíza Patrícia Salustiano, da 1ª Vara Cível de Magé.
A trajetória política da família Cozzolino começou com Renato Cozzolino (pai), que foi vice-prefeito de Magé na década de 1970 e prefeito entre 1982 e 1986, até morrer aos 54 anos. Desde então, vários membros da família ocuparam a Prefeitura e também conquistaram mandatos na Alerj.
A família também possui quatro unidades do Centro Educacional Cozzolino pelo Rio de Janeiro, nos bairros de Fragoso, Piabetá, Pau Grande e Mauá.
Placa com publicidade do Centro Educacional da família Cozzolino
Com forte domínio em Magé e influência crescente na Baixada Fluminense, os Cozzolino hoje ocupam postos de destaque tanto na Assembleia Legislativa quanto na Defensoria Pública do Rio.
Essa reportagem usou como fontes: Grupo Globo, portal Metrópoles, O Dia e Agência de notícias das Favelas (ANF)