Pesquisa revela o perfil de pessoas com renda familiar até R$ 4,5 mil e como elas lidam com a alimentação
por Kethilyn Mieza em 26/04/23 16:21
Representantes da CUFA, VR, Instituto Locomotiva e Mãos de Maria em debate sobre a classe C (Foto: Kethilyn Mieza)
Na última terça-feira (25), um evento da VR Benefícios apresentou uma pesquisa do Instituto Locomotiva que revela o panorama do trabalhador brasileiro da Classe C. No levantamento, estão informações sobre esse grupo de pessoas que fazem girar uma economia local nas periferias do país, com dados que mostram como é o dia a dia dessa população e de que forma ela concilia as responsabilidades em casa e no trabalho com uma boa alimentação.
Um ponto importante é que cerca de 110,3 milhões de brasileiros fazem parte da chamada classe C e quase a metade desses lares são chefiados por mulheres. Isso reflete na estrutura social como um todo, já que essa minoria ainda enfrenta dificuldades, em especial no mercado de trabalho. Por isso, o projeto social Mãos de Maria, que também esteve presente no evento, faz um trabalho de capacitação para mulheres em favelas do Brasil.
Com foco em instruir mulheres para que elas aprendam a cozinhar e possam criar seus próprios negócios para ter uma independência financeira, o projeto foi idealizado por Elizandra Cerqueira e Juliana Gomes. Elas planejaram a estrutura ainda na escola, enquanto faziam parte do grêmio estudantil. Esse é um dos projetos que faz parte do debate sobre independência financeira e colabora com a boa alimentação nas comunidades, em especial na região de Paraisópolis.
A dificuldade de conseguir bons empregos e a vontade de ter o próprio negócio são pontos que tornaram o empreendedorismo muito forte na periferia. E essa é uma realidade muito clara para quem vive lá. São dos pequenos mercados, lojas e comércios das comunidades que surgem novos empregos e a economia não precisa passar apenas pelos centros das cidades.
A pesquisa da Locomotiva ainda revelou que 8 em cada 10 brasileiros da classe C têm dívidas em aberto. E esse é um problema que afeta toda a estrutura das famílias, que precisam adequar o consumo de acordo com a renda que têm. Ainda no levantamento, foi apurado que 58% das pessoas dessa classe sofrem com algum tipo de insegurança alimentar, que é quando o indivíduo não se alimenta da forma adequada para a saúde do corpo, e isso acontece principalmente pela falta de renda.
Dando visibilidade para essa classe muitas vezes esquecida das estatísticas, junto com a Geovana Borges, Diretora Executiva da Central Única das Favelas (CUFA), foram discutidas formas de dar luz aos problemas alimentares que ainda afetam as populações menos favorecidas, sem focar apenas na questão do assistencialismo, e sim na geração de empregos para que eles consigam manter os gastos básicos e melhorar a qualidade de vida.
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