Até alguns anos atrás, a sociedade acreditava que a ditadura militar brasileira (1964-1985) era só “uma página infeliz da nossa história”, como canta Chico Buarque em Vai Passar (1984). O povo, antes dividido em basicamente dois grupos — a centro-esquerda, representada pelo Partido dos Trabalhadores (PT); e a direita democrática, representada pelo Partido Social Democrata (PSDB) — jamais poderia imaginar o que ocorreria nos anos seguintes, desde a eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2018, até a tentativa de golpe de Estado, em 2022.
Se antes a democracia era tida como uma instituição firme e sólida, hoje sabe-se que essa ideia está bastante equivocada. Uma nova ruptura democrática no país chegou muito perto de se concretizar, e só não teve êxito porque não contou com a adesão de comandantes das Forças Armadas. Diante desse cenário, é importante relembrar a história, para que ela não se repita jamais.
Leia mais: Bolsonarismo não aceita o fim do período autoritário, diz especialista em extrema direita
Em janeiro deste ano, o MyNews lançou a série Tempos de Chumbo (clique neste link para assistir), apresentada pelo jornalista Cid Benjamin, figura central na resistência. Nos anos 1960 e 1970, ele militou na luta armada e, ao lado de nomes como o também jornalista Franklin Martins, idealizou e participou do sequestro do embaixador americano Charles Elbruck, com o objetivo de libertar Vladimir Palmeira.
Essas e outras histórias são contadas na série, que mostra depoimentos de ex-presos políticos, líderes guerrilheiros e aqueles que sobreviveram ao período da repressão. Num momento em que a democracia é posta à prova, Tempos de Chumbo é um lembrete poderoso das consequências da tirania.