O site do Ministério da Saúde foi alvo de um ataque cibernético na madrugada desta sexta-feira (10), e saiu do ar. Plataformas como ConeceteSUS, Painel Coronavírus e DataSUS também foram afetadas.
Na página inicial do portal do Ministério da Saúde, os hackers deixaram a seguinte mensagem: Os dados internos dos sistemas foram copiados e excluídos. 50 TB de dados está em nossas mãos. Nos contate caso queiram o retorno dos dados. Eles ainda deixaram o endereço de uma conta do Telegram e um email. E no cabeçalho da mensagem, o nome do Lapsus$ Group, que assumiu a autoria do ataque ransomware.
Ransomware é um tipo de vírus que sequestra o conteúdo do computador da vítima e cobra um valor em dinheiro pelo resgate, geralmente usando a moeda virtual bitcoin, o que dificulta rastrear o criminoso. Este tipo de “vírus sequestrador” age codificando os dados do sistema operacional de forma com que o usuário não tenha mais acesso.
O portal do ConecteSUS, que é responsável pela emissão do certificado nacional de vacinação contra a covid-19, e que é ligado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Ministério da Saúde, exibiu a mesma mensagem. Usuários que tentaram acessar o portal relataram que seus comprovantes de vacinação não estavam constando na plataforma. Outros sequer conseguiam acessar o aplicativo. O site também saiu do ar.
A mensagem de ataque cibernético já não está mais online, mas os sites permanecem fora do ar. O Ministério da Saúde informou, através de nota, que o ataque “comprometeu temporariamente alguns sistemas”, e chamou o ocorrido de um “incidente”. A pasta acionou a Polícia Federal e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República para investigar o caso. E, segundo o comunicado, “o Departamento de Informática do SUS (Datasus) está atuando com a máxima agilidade para o reestabelecimento das plataformas”.
Esse ataque ocorre em meio a críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao passaporte da vacina. O governo, num primeiro momento, se recusou a cobrar de turistas estrangeiros o comprovante de vacinação para evitar a entrada da variante Ômicron. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegou a dizer que a liberdade é mais importante que a vida.
Nesta quinta-feira (9), Bolsonaro usou palavras de baixo calão para se referir à exigência do documento por parte do governador de São Paulo João Doria (PSDB). Ele disse o seguinte: “Outro governador, aqui da região sudeste, quer fazer o contrário. E ameaça: “ninguém vai entrar no meu estado”. Teu estado, o cacete, porra. E se não tiver vacinado? E nós todos temos que reagir. E reagir como? Protestando contra isso”.