Tarifas, trens e integração: os planos de Priscila Sakalem para o transporte no Rio de Janeiro Foto: Rafael Campos

Tarifas, trens e integração: os planos de Priscila Sakalem para o transporte no Rio de Janeiro

Em exclusiva para o MyNews, nova secretaria de Transportes abre o jogo sobre seus desafios no estado

No meio do imbróglio envolvendo Cláudio Castro, Rodrigo Bacellar e Washington Reis, com o último deixando a Secretaria de Transportes do Rio de Janeiro. Em seu lugar, foi nomeada Priscila Sakalem, especialista em Direito Tributário e integrante do governo atual desde 2020.

Ao MyNews, com exclusividade, ela falou sobre o convite para assumir a pasta, prioridades e desafios. Afinal, anteriormente, desempenhava a função de chefe da assessoria do Gabinete do Governador.

R: “Atuo no Governo do Estado desde 2020 e, antes da nomeação, já participava ativamente nos principais temas da mobilidade urbana, por meio do Gabinete do Governador. Estava à frente do Grupo de Trabalho responsável pelo processo de transição do sistema de trens metropolitanos para o futuro operador, tive contribuição no acordo da retomada das obras da estação de metrô da Gávea e atuei na nova modelagem das barcas, além de participar ativamente das discussões sobre a implantação do novo modelo de bilhetagem eletrônica, que vai promover a integração tarifária dos serviços de transporte. Sou grata ao governador Cláudio Castro pela confiança e reconhecimento do trabalho que vinha desenvolvendo nos bastidores. Transporte é uma agenda permanente. A mobilidade precisa ser uma solução para a população, não um problema.”

Na pasta, Washington Reis afirmou que iria reduzir as passagens de metrô e trem no Rio de Janeiro. Inicialmente, Castro vetou. Agora, Priscila analisa o contexto e comenta os desafios em relação às tarifas dos transportes no estado.

R: “O compromisso do governador é que a tarifa seja a menor possível nos transportes intermunicipais, com responsabilidade fiscal e qualidade operacional. Estamos trabalhando para isso. O objetivo é que o transporte pese menos no bolso dos passageiros, e que percam menos tempo nos deslocamentos.”

VEJA: Rio de Janeiro, das conversas fixas ao questionamento: Qual é o verdadeiro?

No município, Eduardo Paes e a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) implementaram o cartão Jaé, e a mudança está sendo concretizada em vários meios de transporte. Priscila explica como será a transição, o papel do Estado nesse processo e outros planos semelhantes, entre eles, o Bilhete Único.

R: “Atualmente, é fundamental tranquilizar a população sobre o pleno funcionamento do Bilhete Único Intermunicipal (BUI) e da Tarifa Social durante a implementação do sistema próprio de bilhetagem adotado pela Prefeitura do Rio. Nada muda. O Governo do Rio tem compromisso com uma política de mobilidade urbana integrada, transparente e orientada à qualidade do serviço prestado à população fluminense. Recentemente, assinamos uma cooperação técnica com a Secretaria Municipal de Transportes do Rio (SMTR), assegurando o direito de o passageiro usufruir do desconto concedido pelo Governo do Estado, pagando somente R$ 8,55 ao utilizar dois transportes, sendo um intermunicipal.

Além disso, a Secretaria de Transporte vai licitar um novo e amplo sistema de bilhetagem eletrônica, que vai integrar trens, metrô, barcas, ônibus e vans intermunicipais. O modelo já foi proposto, mas estamos aguardando a análise e validação na Justiça.”

Desafios de Priscila na Secretaria de Transportes do Rio de Janeiro

Nos planos do Governo do Estado, há promessas relacionadas à climatização da frota de ônibus e mudanças na gestão dos trens. Aqui, Priscila classifica quais são os maiores desafios sob sua gestão na secretaria.

Priscila em seu trabalho – Foto: Marcela Régua

R: “Uma das missões que recebi do governador Cláudio Castro ao assumir a secretaria envolve olhar com atenção para os trens urbanos. O acordo com a SuperVia, firmado em 2024, está em vigor, e o Estado já investiu cerca de R$ 100 milhões, dos R$ 300 milhões previstos, no sistema. Estamos trabalhando para buscar as melhores soluções para as mais de 300 mil pessoas que embarcam nos trens todos os dias.”

Há 11 anos, o Rio de Janeiro não inaugura uma estação de metrô. Além disso, persiste o impasse sobre a construção da estação da Gávea. Priscila finaliza detalhando como está esse processo.

R: “Não há impasse. Encontramos a melhor solução técnica e jurídica, e a obra foi retomada, após 10 anos de paralisação. A fase atual das intervenções é de reforma dos canteiros e contratação de trabalhadores especializados. Em agosto, conforme o cronograma, está previsto o início do esvaziamento dos dois grandes poços que estão cheios de água. A previsão de entrega da obra é de 36 meses.

Temos três prioridades quanto à expansão da malha metroviária: a criação da Linha 3 (até Niterói/Guaxindiba), o trecho Estácio x Praça XV, fundamental para desafogar a Linha 2, e a extensão da Linha 4 até o Recreio dos Bandeirantes. Inclusive, o Ministério das Cidades anunciou a destinação de R$ 20 milhões para o projeto da Linha 3, que será a primeira linha intermunicipal do metrô do RJ”, concluiu Priscila Sakalem ao MyNews.

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