Certas (muitas) coisas Capa do álbum Certas Coisas (Mills Records), de Augusto Martins e Hélio Delmiro | Foto: Divulgação VOZ E VIOLÃO

Certas (muitas) coisas

Hoje falaremos de Certas Coisas (Mills Records), álbum de Augusto Martins e Hélio Delmiro, gênio que nos deixou há pouco tempo, mas nos legou este trabalho que é um marco do gênero “voz e violão”

Hoje falaremos de Certas Coisas (Mills Records), álbum de Augusto Martins e Hélio Delmiro. Bem, antes de seguir, afirmo que trataremos aqui de um dos maiores cantores em atividade no Brasil e de um gênio do violão. Gênio este que nos deixou há pouco tempo, mas nos legou este trabalho que é um marco do gênero “voz e violão”. 

“Fotografia” (Tom Jobim): os violões preparam o momento perfeito para o canto de Augusto chegar em perfeita sincronia com os desenhos de Hélio Delmiro. Um intermezzo distingue o talento do violonista que sabe por onde caminha a sonoridade de seu instrumento. A sequência da voz somada aos acordes é evidente. 

“Como Vai Você” (Antonio Marcos e Mario Marcos): em breve intro, Delmiro e seu violão passam a bola para Augusto brilhar com o sucesso de Antonio Marcos e Mario Marcos.

“Certas Coisas” (Lulu Santos e Nelson Motta): cantado com a clareza de quem sabe o que é preciso fazer para realçar a música, Augusto inicia. Mais uma vez, Delmiro dá show com seus violões plenos de suingue e harmonia.

“Contigo Aprendi” (Armando Manzanero): a guitarra introduz o bolero. Num espanhol ajustado, Augusto canta em sintonia com o que Delmiro toca nas guitarras com total lucidez.

“Se Alguém Telefonar” (Alcyr Pires Vermelho e Jair Amorim): o violão vem. Logo Augusto se apresenta para acrescentar brilho à bela canção. A guitarra assume o proscênio num intermezzo pleno de assunto. 

“All The Way” (Jimmy Van Heusen e Sammy Cain): o violão anuncia a entrada de Augusto cantando a canção famosa. Numa interpretação calorosa, sua voz se revela ainda mais aveludada. Dois violões se ajuntam num intermezzo à altura do arranjo.

“Acanhado” (Hélio Delmiro e Moacyr Luz): os violões antecedem a parceria de Delmiro com Moa. Os graves da voz de Augusto se impõem… belos! Sua dicção é perfeita! O intermezzo da vez está com os violões, cuja capacidade de improvisação de Delmiro não surpreende.

“Fé Cega, Faca Amolada” (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos): Augusto dobra a própria voz, dando amplitude à sua interpretação, por vezes abrindo em terças. O violão o acompanha com suave discrição.

“Sinal Fechado” (Paulinho da Viola): o violão inicia. Augusto se aproxima e embeleza a intenção primeira da obra-prima de Paulinho. 

“Bye Bye, Brasil) (Chico Buarque): o andamento brejeiro rola solto. Com seus violões, Delmiro acompanha, improvisando. Que arranjo!

“De Repente” (Lulu Santos e Nelson Motta): assim, Augusto Martins e Hélio Delmiro fecham a tampa de um trabalho pleno de “certas (lindas) coisas”.

Clique aqui para ouvir o álbum!

Ficha técnica: gravado no Estúdio Vale da Tijuca (RJ) entre novembro de 2022 e junho de 2023 por Lourival Franco, Marcelo de Oliveira e Yuri Eiras; mixagem: Lourival Franco e Vinicius Sá; masterização: Carlos Mills; lançamento: Mills Records; produção: Moacyr Luz; fotografia da capa: Cláudia Oliveira.

Aquiles Rique Reis

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