Em álbum de produção independente, Cláudio Jorge e Augusto Martins trazem 12 músicas inéditas do compositor carioca que se tornou um lírico poeta do samba
por Aquiles Reis em 17/10/24 15:53
Cláudio Jorge e Augusto Martins lançam álbum 'Coisas guardadas pra te dar' | Foto: Reprodução Instagram/Divulgação
Emocionadamente, hoje vamos de Coisas guardadas pra te dar – Luiz Carlos da Vila Inédito – Cláudio Jorge e Augusto Martins (clique neste link para ouvir), de produção independente. Eis algumas das 12 músicas do álbum.
Outras bandas (Luiz Carlos da Vila), samba com letra malandrinha, cantado e levado pelo violão de Claudio Jorge com um improviso esperto, abre a tampa. Tocando violão e dando um recado bem-humorado, Da Vila enviou a música numa fita para Augusto. Dela foram sacados o seu violão e a sua voz, manipulados com ajuda da inteligência artificial.
Em meio a samba-enredo e partido alto, passando por samba de quadra, pelos chamados sambas de “meio de ano” e MPB, bem como por alguns sambas clássicos, encontramos No meio da ponte (Celso Viáfora e LCV), uma linda canção. A guitarra de Cláudio, ele que fez todos os arranjos do CD, conduz a harmonia de Viáfora. A letra de Da Vila traz belas imagens, cantadas em duo por Augusto e Cláudio. O tamborim de Cláudio e o ganzá de Augusto somam-se à guitarra e, na segunda parte, se dão a um samba lento. Belo momento!
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Pipa voada (Moacyr Luz e Luiz Carlos da Vila) traz o subúrbio à luz. As pipas que no céu de cruzam e se afastam, numa alegoria sobre um amor acabado, estão neste samba com o jeitão carioca de Moacyr Luz. O violão e o tamborim de Cláudio vêm somados ao pandeiro de Augusto e sob os auspícios das vozes da dupla.
O samba jazz A regra do jogo (Miltinho–MPB4, Sergio Farias e Luiz Carlos da Vila) soa pela voz e, desta vez, pela guitarra de Cláudio Jorge. A boa letra de LCV se encaixa sob medida na composição. Complementam a levada o pandeiro e o caxixi de Augusto Martins e o tamborim de Cláudio – além da gaita de Israel Meirelles, cuja escolha como solista fez dela a cereja do bolo do arranjo de Cláudio.
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Eu vim pra te amar (Cláudio Jorge e Luiz Carlos da Vila) é uma valsa (a criatividade dupla não tem limitações) na qual Cláudio Jorge produziu a cama para Da Vila “viajar” em referências poéticas. O violão abre. Em sua beleza, a valsa ecoa luminosa, num álbum já pleno de riquezas guardadas há tempos pelo gigante Luiz Carlos das Vilas – saudades! Mas porquê “Das Vilas”? Explico: morador de Vila Isabel, LCV passou a visitar a Vila Mariana, em São Paulo, onde eu morava; lá nos reencontramos e “bebemoramos”, daí…
Pagode de mesa (Luiz Carlos da Vila): depois de palmas de mão, vêm os improvisos citando fatos históricos. Ora, já que logo a tampa do álbum fechará, faço questão de frisar que o texto do jornalista Hugo Sukman (ele que, além de gravar a locução deste pagode, descreveu todas as faixas de Coisas guardadas pra te dar – Luiz Carlos da Vila Inédito – Cláudio Jorge e Augusto Martins) serviu-me de base para anotar este texto-exaltação ao samba e aos sambistas brasileiros, na pessoa do saudoso Luiz Carlos da(s) Vila(s).
Aquiles Rique Reis
Nossos protetores nunca desistem de nós.
PS.: Quando crescer, quero escrever ao menos parecido com Hugo Sukman.
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