Expectativa é que defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro arrole ministro da Defesa, que minimizou acusação de tentativa de golpe
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro dá início hoje à tentativa de livrá-lo, no Supremo Tribunal Federal (STF), da acusação de comandar uma organização que tentou impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e dar um golpe de Estado no país.
O advogado de Bolsonaro, o criminalista Celso Vilardi, deve entregar ainda hoje à Corte a primeira peça de defesa de seu cliente. Ele tem argumentado que Bolsonaro não teve qualquer responsabilidade nesse episódio.
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Neste primeiro momento, a defesa pedirá que o processo não siga, pois, entende, não haver prova para a criminalização do ex-presidente. É pouca a chance de lograr êxito.
O advogado de Bolsonaro deverá arrolar o ministro da Defesa, José Múcio, como sua testemunha de defesa. Em entrevista recente ao programa Roda Viva, da TV Cultura, minimizou a tentativa de golpe e afirmou que Bolsonaro até cooperou na transição para o governo Lula, facilitando a troca nos comandos das três forças – Marinha, Exército e Aeronáutica.
Essa declaração de Múcio foi celebrada pelos bolsonaristas e pelo próprio Vilardi. Se for arrolado de fato testemunha, Múcio, pela condição de ministro de Estado, poderá escolher hora, local e data para depor.
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Logo após o oferecimento da denúncia pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra Bolsonaro e outros 33 acusados, parlamentares bolsonaristas cobraram que a defesa do ex-presidente chame Múcio.
“Espero que da defesa chame Múcio para depor. Seu depoimento será fundamental”, disse o deputado Helio Lopes (PL-RJ).
Do lado de Múcio, a expectativa é que de fato seja arrolado. Uma testemunha pode ser convidada. Se negar o pedido, a defesa pode pedir sua intimação para que se manifeste nos autos.