Na acareação de ontem, general Freire Gomes voltou a dizer que alertou Bolsonaro que, se insistisse com o golpe, poderia ser preso
Nunca é demais ver registrado no testemunho de um general, que foi Comandante do Exército, que advertiu o presidente da República que, caso insistisse em colocar em prática o que rabiscou num papel, ou projetou numa tela, poderia ser preso.
Foi o que fez ontem, mais uma vez, o general Freire Gomes, na acareação com Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo passado. O assunto nem era se deu voz de prisão ou não a Bolsonaro quando foi lhe apresentado o esboço de uma GLO com cara golpista, E, sim, a minuta do golpe, uma delas encontrada na casa de Torres.
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Deve-se ao ministro Luiz Fux, que participou da acareação, ter questionado o general sobre as causas que teria levado ao 8 de janeiro. E Freire Gomes voltou ao tema da “advertência”, como está na ata do Supremo Tribunal Federal (STF), a Bolsonaro caso levasse adiante o golpe.
“Que indagado pelo ministro Luiz Fux, a testemunha esclarece que, após as eleições, e principalmente a partir das reuniões do dia 07/12, foi explicado ao então presidente da República Jair Bolsonaro que, por inexistir qualquer indício de fraude nas eleições, as medidas previstas nesse esboço de decreto, se fossem aplicadas, poderiam responsabilizar o então presidente da República, inclusive com a possibilidade do mesmo ser preso”, consta na ata do STF, sobre o depoimento do general.
“O dia seguinte, presidente”
Freire Gomes, novamente, negou que jamais deu “voz de prisão” a Bolsonaro. Aqui é uma nuance, que não é pouca coisa, mas que não altera o produto. O brigadeiro Baptista Junior, em depoimento, afirmou que o general ameaçou prender o presidente. Voltando a ata de ontem:
“Mas, sim, que o avisou das consequências jurídicas do eventual decreto que previa medidas de exceção, inclusive alertando ao então presidente que que deveria pensar no ‘dia seguinte’, porque uma medida de exceção levaria a outras. A testemunha esclarece também que, após sua advertência, o ex-presidente Jair Bolsonaro teria concordado e não voltou mais a tratar do assunto”.
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