Após episódio na China, onde teria protagonizado uma gafe frente ao presidente Xi Jinping, primeira-dama prefere o recolhimento nas redes sociais
Após ser criticada pelo ruído ocorrido com o episódio na China, após comentários que teria feito numa reunião fechada na presença de Xi Jinping, envolvendo o Tik Tok, a primeira-dama Janja Lula da Silva restringiu o acesso a seu Instagram neste sábado. Não é a primeira vez que ela adota essa medida, após ser alvo de ataques nas redes.
O episódio gerou uma crise entre auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Rui Costa, da Casa Civil, foi apontado como o responsável pelo vazamento a imprensa do ocorrido, segundo noticiou a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
No Instagram, Janja tem 2,3 milhões de seguidores, já fez 1885 postagens e tem 1.155 seguidores. Nessa rede, ela se apresenta como petista de carteirinha desde 1983 e é casada com “um certo pernambucano de Guaranhuns”.
Na manhã deste sábado, Janja chegou a postar no Instagram vídeo do deputado André Janones (Avante-MG) defendendo o governo na crise do INSS. E escreveu: “Começou no governo Bolsonaro e acaba no governo Lula”.
No entendimento de especialistas, o bloqueio nas redes cumpre dois papéis. Como resposta defensiva, protege a imagem da primeira-dama diante de ataques virais que ultrapassam os limites da crítica política e invadem a esfera pessoal. Por outro lado, pode ter sido uma decisão estratégica para reduzir a exposição pública momentânea, ajustar o tom da comunicação ou mesmo provocar um debate público em torno da moderação de conteúdo nas plataformas digitais.
Na era dos algoritmos, entendem os especialistas, até o silêncio pode ser milimetricamente calculado e restringir o alcance. Paradoxalmente, pode gerar mais repercussão do que uma postagem aberta. Seja por precaução ou planejamento, a decisão expõe a complexidade da comunicação digital contemporânea, onde cada gesto carrega múltiplas leituras.