Tarcísio Motta reagiu à manifestação do petista de apoio aos réus pela morte da vereadora e de seu motorista Anderson Gomes
A postura do prefeito Washington Quaquá, prefeito de Maricá (RJ), em defesa dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão encontrou reação no deputado federal Tarcísio Motta (Psol-RJ), que condenou a manifestação do petista de que os dois são inocentes no caso. Os Brazão estão presos e são réus pela acusação de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.
Em entrevista ao programa Segunda Chamada, do Canal MyNews, Tarcísio declarou que Quaquá, que é vice-presidente nacional do PT, presta um desserviço à investigação ao falar que ambos são inocentes. O prefeito até foi testemunha de defesa de Domingos no Supremo Tribunal Federal (STF).
“O que o Quaquá faz é um desserviço à investigação da morte de Marielle colocando esse tipo de declaração. Ele acredita na inocência do Brazão porque é amigo dos Brazão. Porque conhece, conviveu com ele. De onde é isso? Pelo amor de Deus. Você acha mesmo que o Brazão ia chegar na Câmara com um fuzil na mão e dizendo ‘eu sou um miliciano’. Um absurdo, por causa de uma relação de amizade. Ele não tem sequer a responsabilidade de dizer: ‘olha, há um processo em curso, as provas estão apontando, ele está preso, o processo de cassação avançou no Conselho de Ética’. Não. Ele não tem qualquer pudor ou cuidado”, disse Tarcísio Motta ao MyNews.
“A minha avaliação é muito ruim sobre esse cenário. Muitas vezes o Quaquá sabe que isso gera engajamento, like, isso gera notícia, isso gera forma de ele aparecer no processo”.
O deputado afirmou ainda que Quaquá usa um modo de livrar a responsabilidade dos Brazão apontando que existe gente mais graúda envolvida no crime e deixar a dúvida se a família Bolsonaro tem alguma relação com o assassinato da vereadora, tese que Tarcísio discorda.
Ao STF, Quaquá declarou que “matar a vereadora é burrice. Domingos Brazão é estrategista político, não faria isso”.
Cassação demorada na Câmara
Testemunha fundamental no Conselho de Ética para levar o colegiado a aprovar a cassação do mandato de Chiquinho Brazão, pelo placar de 15 votos a favor e 1 contra, Tarcísio critica a demora do caso ser levado ao plenário. A decisão do conselho está pronta para ser votada por todos os deputados da Casa, só falta boa vontade do presidente, Hugo Motta. Seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL), protelou e não o fez.
“É um absurdo completo que Chiquinho Brazão continue deputado federal depois de ser preso pelo assassinato, depois que o Conselho de Ética aceitou seu processo de cassação. Teve a morosidade do Arthur Lira e agora esperamos que o Hugo Motta paute no plenário. Quem pode estar querendo blindá-lo no mundo político?”