Com baixo nível dos reservatórios, diretor-geral da Agência sinaliza ajuste no valor da bandeira tarifária até o fim de junho.
por Juliana Causin em 16/06/21 11:42
Em audiência pública da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (15), o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, afirmou que o órgão regulador deve aumentar em ao menos 20% o valor da bandeira vermelha até o fim de junho. Desde o início do mês, com patamar vermelho nível 2, o mais alto dentro do sistema, o preço da energia cobrado é de R$6,24 para cada 100 kWh.
Pepitone esclareceu que a Agência ainda estuda o valor do reajuste, mas afirmou que “com certeza esse valor ainda deve superar um pouco os R$ 7, os 20%”. Criado em 2015, o sistema de bandeiras é o mecanismo que sinaliza os ajustes do preço da energia elétrica no país, a depender das condições de geração de energia.
O aumento no preço acontece em meio ao cenário dos baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, com o governo recorrendo às usinas térmicas, que fornecem energia a preços mais altos. Além dos 20% da bandeira vermelha, Pepitone indicou que o uso das térmicas deve levar ainda a uma alta de ao menos 5% nas contas de luz dos consumidores em 2022.
“Neste ano, nós estamos diante da maior crise hídrica que o país vivencia. Nós não temos praticamente água para atender a geração de energia [via hidrelétricas] até novembro. Até lá, teremos que atender com as térmicas e isso tem um custo”, afirmou o diretor-geral da Aneel.
“Eu espero que não deixem fazer o que foi feito em 2001”, alerta Roberto D’Araújo, diretor do Ilumina, Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético, em entrevista ao Dinheiro na Conta. Naquele ano, diante dos baixos níveis nos reservatórios de hidrelétricas, o governo federal instaurou um sistema de racionamento, com objetivo de evitar blecautes. O período ficou conhecido como “crise do apagão”.
Roberto explica que o encarecimento da energia no país está relacionado a necessidade do uso das térmicas. “A energia cara que nós temos tem uma razão. Nós temos muitas usinas térmicas, uma quantidade seis vezes maior do que em 1995. É preciso acionar a bandeira vermelha para alguém pagar conta”, afirma.
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