Ativo começa a se recuperar nesta quinta (20) depois de desabar 60% em relação a máxima, com falas de Elon Musk e temores vindos da China.
por Juliana Causin em 20/05/21 13:36
Depois de atingir valores máximos históricos em 2021, o bitcoin e outras criptomoedas têm derretido nos mercados. Nesta quarta-feira (19), a moeda digital chegou aos US$ 30,2 mil na mínima do dia — uma queda de 30% nos últimos sete dias. Em relação à máxima histórica, que foi de US$65 mil, o bitcoin chegou a desabar 60%.
Como é usado como valor de referência no mercado de criptomoedas, o tombo do bitcoin afeta o mercado geral das criptomoedas. Em dez dias, a perda foi de quase US$ 1 trilhão em capitalização nos ativos digitais. O tombo vem na esteira de declarações negativas do empresário americano Elon Musk e de preocupações com novas restrições regulatórias na China.
O magnata, que há meses afirmou que aceitaria criptomoedas para pagamentos na empresa automotiva Tesla, nesta semana criticou os gastos energéticos que existem no processo de mineração de criptoativos.
“Elon disse que a Tesla iria deixar de aceitar criptomoedas para a venda de carros da empresa. A justificativa era a de que o bitcoin tinha um gasto energético grande e impacto ecológico”, explica Ney Pimenta, CEO da BitPreço, em entrevista ao Dinheiro Na Conta. “Muita gente acabou entrando no bitcoin por causa dele meses atrás e agora viram ele falando o contrário”, completa Pimenta.
Nesta quinta-feira (20), Musk voltou a falar sobre o tema pelas redes sociais e negou que tivesse vendido US$ 1,5 bilhão investido por ele na moeda. A fala foi suficiente para gerar uma recuperação do ativo – que operava aos US$ 41 mil no início da tarde (12h34 pelo horário de Brasília).
No caso das questões regulatórias, o ‘crush’ foi deflagrado pelo temor de investidores de mais restrições aos ativos pela China. Nesta quarta-feira (19), repercutia no mercado os alertas de autoridades chinesas para que bancos e outras instituições do país não recebessem criptoativos como pagamento, nem oferecessem serviços e produtos com as moedas digitais.
Além das influências vindas da China e de Elon Musk, outros fatores de fundo também influenciaram o movimento de perdas: o temor sobre a atuação de robôs no mercado de ativos digitais e a expectativa nos últimos dias sobre juros nos Estados Unidos, que afetou todo o mercado de renda viável.
“Isso tudo acabou gerando um certo pânico. As pessoas que estão há mais tempo no mercado acreditam que é um movimento desmedido, vindo principalmente dos novos entrantes, que não estão acostumados com a volatilidade dessas moedas”, avalia Pimenta.
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