Manutenção da taxa em 2% é vista como importante para uma recuperação econômica mais eficiente no próximo ano
por Rodrigo Borges Delfim em 10/12/20 08:51
Sem grandes surpresas, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 2%. O que mudou em relação às reuniões anteriores do comitê é o forward guidance [a orientação para os próximos meses], que sinaliza para manutenção da taxa nas reuniões seguintes, por conta das pressões inflacionárias no Brasil. Antes, era cogitada uma nova redução da taxa.
Apesar da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, o Copom mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue monitorando sua evolução com atenção, em particular as medidas de inflação subjacente.
Para Igor Seixas, head de alocação da Inove Investimentos, a expectativa para o ano que vem é que o dólar se acomode, as indústrias aumentando sua produção e uma desaceleração da inflação bastante significativa.
“A manutenção dessa taxa em 2% é muito importante para poder surfar essa recuperação mais eficiente no ano que vem. A taxa de juros baixa e benéfica para setores que requerem financiamento, como imóveis e carros”, disse ele ao Morning Call desta quinta-feira (10).
Seixas também foi questionado sobre a sucessão na presidência da Câmara dos Deputados, prevista para o mês de fevereiro. Para ele, um candidato mais alinhado ao governo tende a gerar um ambiente mais favorável para as reformas.
“Tudo o que gera incerteza é ruim para o mercado. Certamente para o mercado como um todo o candidato do governo que vai viabilizar a votação das reformas e pautar as agendas do governo é o nome mais indicado”.
Por outro lado, Seixas vê negativamente o fato de ainda não haver uma ideia de como será o Orçamento de 2021. Segundo ele, todos os olhos estão voltados para a LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] com a expectativa de que não haja um problema fiscal, um rompimento do teto de gastos, o que traria consequências muito ruins para a economia.
“Mesmo que fosse temporário [o rompimento do teto de gastos], isso afeta a credibilidade do Brasil. Seria como se ele não levasse a sério os próprios mecanismos de controle que ele impôs”.
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