Um estudo feito por pesquisadores brasileiros apontou que o agronegócio perde dinheiro com o desmatamento. A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira (10) na revista científica “Nature Communications”.
O estudo foi feito por cientistas do Centro de Sensoriamento Remoto da Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com pesquisadores da Universidade Federal De Viçosa e da Universidade de Bonn, na Alemanha.
A conclusão é de que o desmatamento na Amazônia pode fazer com que o agronegócio perca até R$ 5,7 bilhões por ano. Os pesquisadores fizeram projeções de desmatamento e o impacto disso no volume de chuvas. Com menos chuva, menor é produtividade e o agronegócio perde dinheiro.
O estudo mostra que, a cada 10% de desmatamento, a quantidade de chuva anual diminui quase 50 milímetros por ano. O engenheiro florestal Argemiro Teixeira, um dos responsáveis pela pesquisa explicou a relação.
“O desmatamento diretamente afeta as chuvas, as chuvas afetam a produtividade e a produtividade afeta o bolso do produtor. A gente projetou a produtividade para o futuro em dois cenários distintos de governança ambiental. Uma governança ambiental fraca, onde não existe controle do desmatamento e existe apoio à agricultura predatória e que infelizmente podem estar muito ligados ao que a gente está vivendo atualmente, a agenda ambiental atual. E um cenário onde o código florestal é cumprido e existe totalmente um controle. Simulando isso, a gente consegue saber qual é o custo de oportunidade e a gente chegou aos 5,7 bilhões de reais. Esse valor é quanto o produtor deixa de ganhar com o desmatamento”, explicou.
O estudo focou em soja e carne bovina, dois produtos do agronegócio na Amazônia. Em algumas áreas, a queda do volume de chuvas já pode ser verificada em locais com grandes índices de desmatamento, como em áreas de mato grosso que produzem soja.