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Economia

Altos e baixos

Grendene exemplifica trajetória da indústria calçadista no Brasil em 2020

Setor espera recuperar em 2021 ao menos parte das perdas derivadas da pandemia ao longo deste ano

por Rodrigo Borges Delfim em 24/12/20 16:05

O Brasil é considerado uma referência mundial na produção de calçados, apesar de 85% das vendas ocorrerem no próprio mercado brasileiro. Assim como outros setores economia, a indústria calçadista sofreu com os impactos da pandemia. E o caso da Grendene serve como exemplo das dificuldades enfrentadas neste ano.

Entre janeiro e outubro, a indústria calçadista brasileira teve uma queda de 27% na produção, número que pode ser atenuado com os resultados mais animadores que os últimos meses têm rendido. A expectativa do setor é de uma redução de 25% ao final de 2020, com 250 milhões de pares de calçados a menos e 20 mil vagas de trabalho fechadas.

Grendene é uma das grandes empresas do setor calçadista no Brasil.
(Foto: Divulgação)

Com boa parte de sua produção industrial baseada na região de Sobral, no interior do Ceará, a Grendene serve de exemplo das dificuldades vividas pelo setor no ano. Com as medidas de isolamento social tomadas pelo governo cearense, viu toda essas instalações paradas de abril a junho, o que reduziu a produção praticamente a zero.

“A Grendene teve o pior segundo trimestre da história neste ano. Abril para nós foi o auge da crise. A partir do final de abril, início de maio, tivemos um início de recuperação em função da reabertura do comércio e da redução das medidas restritivas”, explicou Alceu Albuquerque, diretor de Relacionamento com Investidores da empresa, ao programa Dinheiro na Conta da última quarta-feira (23).

Fundada em 1971 em Farroupilha (RS), a Grendene tem unidades em Sobral, Crato e Fortaleza (CE), além de Teixeira de Freitas (BA).

Recuperação

Dona das marcas como Grendha, Melissa, Ipanema e Rider, a Grendene conseguiu recuperar parte das perdas no terceiro trimestre e deve manter a tendência de alta no fechamento de 2020.

Para 2021 a Grendene tem boas expectativas, apesar da pandemia. A empresa obteve o licenciamento para a produção de calçados femininos da marca Azaleia para o Brasil e exterior (exceto Colômbia, Peru e Chile).

“É uma forma de ampliarmos nossa presença no segmento feminino. É uma marca com reconhecimento muito forte e temos expectativas muito grandes com ela em nosso portfólio.

Outro elemento que ajuda a Grendene a vislumbrar um 2021 menos turbulento é a abertura de uma loja-conceito da Melissa em Los Angeles (EUA), parte de um plano de internacionalização da marca.

A expectativa para o próximo ano é de recuperação. Projeção da Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados) estima um crescimento de 19% em 2021. No entanto, essa projeção ainda deixa o setor em um nível abaixo do que estava no final de 2019, antes da pandemia.

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