“Importante para garantir ganho econômico é controlar a pandemia” diz um dos redatores de carta ao governo

Não existe possibilidade de a economia brasileira ter uma atividade funcional enquanto a pandemia do coronavírus não for controlada no país. Essa é a avaliação de Thomas Conti, CEO da AED Consulting, e de mais de 500 economistas que assinaram uma carta aberta ao governo federal com críticas e pedido de ações urgentes para o controle da covid-19 no país.

“É uma ilusão achar que é possível você ter uma economia funcional e uma recuperação econômica forte com o coronavírus fazendo o que quiser. É preciso colocar o vírus sob controle e aí a gente vai ter uma economia funcionando de novo”, afirmou o economista, professor do Insper, em entrevista ao Dinheiro Na Conta. 

O documento assinado por nomes como os dos banqueiros Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, do Itaú, tem também entre os signatários empresários, economistas de diferentes vertentes, ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central.

O grupo cita a necessidade da adoção de medidas urgentes para conter o avanço de mortes pela covid-19: a aceleração da vacinação no país, a distribuição massiva de máscaras eficazes contra o coronavírus e a coordenação nacional para o enfrentamento da pandemia. Para Conti, “o que é importante para garantir ganho econômico é controlar a pandemia”. 

Enviado aos representantes dos Três Poderes, o documento ressalta que o panorama atual de colapso da saúde pública ainda pode se agravar caso ações firmes não sejam tomadas. “O quadro atual ainda poderá deteriorar-se muito se não houver esforços efetivos de coordenação nacional no apoio a governadores e prefeitos para limitação de mobilidade”, diz a carta.

Os economistas, banqueiros e empresários também negam que haja uma controvérsia sobre as medidas para salvar a economia e as medidas para salvar vidas. “Na realidade, dados preliminares de óbitos e desempenho econômico sugerem que os países com pior desempenho econômico tiveram mais óbitos de covid-19”, diz a carta. Além das máscaras e distanciamento social, a carta pede ainda novas ações de proteção social e de auxílio para pequenas e médias empresas.