"Ela foi musa do cruzado, economista, matemática, professora, é uma curiosa mistura de racional com passionária, de cientista com dona de casa", assim Jô Soares apresentou a economista numa entrevista em 1989
por da Redação em 08/06/24 12:33
Morreu a economista Maria da Conceição Tavares, referência no pensamento desenvolvimentista, neste sábado, 8 de junho.
“Ela foi musa do cruzado, economista, matemática, professora, é uma curiosa mistura de racional com passionária, de cientista com dona de casa”, assim Jô Soares apresentou a economista em seu programa quando ainda estava no SBT.
Ela foi uma voz importante na defesa do desenvolvimento econômico com justiça social. Influenciou gerações de economistas e formuladores de políticas públicas. Era conhecida por seu estilo direto e vigoroso.
Além de sua carreira acadêmica, Conceição Tavares teve uma atuação significativa na política. Foi deputada federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e participou ativamente na discussão de políticas econômicas no Brasil. Sua obra e seu pensamento continuam a ser referência essencial para o estudo do desenvolvimento econômico na América Latina.
Maria da Conceição Tavares nasceu em Anadia, Portugal, em 1930. Formou-se em Matemática pela Universidade de Lisboa antes de se mudar para o Brasil em 1954. No Brasil, ela se destacou como economista e professora, obtendo grande reconhecimento por seu trabalho na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Contribuições econômicas
Foi uma referência em teoria econômica, especialmente em estudos sobre o desenvolvimento econômico e a crítica ao neoliberalismo. Suas aulas e publicações influenciaram muitas gerações de economistas.
Vida parlamentar
Marcou sua atuação na defesa de políticas econômicas voltadas para o desenvolvimento industrial e a soberania econômica do Brasil. Ela frequentemente argumentava contra políticas que favoreciam a dependência externa e a desindustrialização.
Fez discursos críticos ao Plano Real, alertando sobre os riscos de uma âncora cambial rígida e as possíveis consequências de longo prazo para a economia brasileira. Ela destacava a necessidade de políticas que também abordassem o crescimento e a inclusão social, não apenas a estabilidade monetária.
Participou ativamente dos debates sobre a reforma da Previdência Social durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Ela advogava por uma abordagem que equilibrasse a necessidade de sustentabilidade fiscal com a proteção dos direitos dos trabalhadores e aposentados.
Inspiração para mulheres na economia
Abriu caminhos para mulheres no campo da economia, sendo um exemplo de liderança e resistência em um ambiente predominantemente masculino.
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