Novo complexo industrial da Diageo gera empregos no Ceará e aquece o mercado sustentável

Após quatro anos em construção, foi inaugurado, nesta segunda-feira (6), o novo complexo industrial da Diageo. A fábrica da empresa, especializada na produção de destilados e dona de marcas como Jhonny Walker, Tanqueray, Smirnoff e a brasileira Ypióca, está localizada no município de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, no Ceará, e vem movimentando o setor econômico do estado e, consequentemente, do país. Ao todo, foram investidos R$ 250 milhões na construção da fábrica e gerados 400 empregos diretos e mais de 350 empregos indiretos desde o início das obras do novo empreendimento.

De acordo com a diretoria da empresa, 10% das pessoas impactadas com a oportunidade de trabalho são de Itaitinga. A cidade vem sendo um polo econômico em ascensão nos últimos anos, em decorrência da sua boa localização geográfica, bem como por sediar centros de distribuição de empresas como Amazon e, hoje, a própria Diageo.

Entre a produção massiva e os números, o cerne do trabalho continua sendo as pessoas. “O que dá mais orgulho e faz o olho brilhar é ver as pessoas trabalhando felizes e se desenvolvendo. Temos uma capacidade instalada que pode fazer crescer ainda mais a produção e, portanto, gerar ainda mais emprego”, diz Paula Lindenberg, presidente da companhia no Brasil, Paraguai e Uruguai.

Do total de empregos gerados, 41% das vagas foram ocupadas por mulheres. Segundo um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o rendimento médio mensal das mulheres no mercado de trabalho brasileiro é 21% menor que o dos homens. Os dados, divulgados nesta segunda-feira, têm como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no terceiro trimestre de 2022.

41% das oportunidades de emprego da fábrica foram preenchidas por mulheres (Foto: Divulgação)

Mesmo nos setores de atividades em que as mulheres são maioria, em média, elas recebem menos. E isso mostra a necessidade da construção e aplicação de políticas públicas e privadas transversais que atuem na mitigação da desigualdade de gênero econômica no país.

“Temos políticas, inclusive inovadoras, no sentido de diversidade e inclusão. Temos uma preocupação grande de estimular mulheres, por exemplo, no desenvolvimento e capacitação. Todo mundo tem uma licença parental igual, homem e mulher, e isso faz com que todos sejam vistos com a mesma capacidade de contribuir com a companhia e cuidar dos seus filhos em casa. Isso faz com que a oportunidade exista e exista para todos”, complementa Lindenberg.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), esteve presente na inauguração da fábrica e afirmou que o governo local conta com o investimento privado para elevar a taxa de emprego no estado e no país. “Hoje, o grande desafio do Brasil é a geração de empregos. E a partir de uma fábrica que pode atender a demanda que tem hoje e a uma demanda futura, que pode ser crescente, na medida em que essa demanda crescente tenha a possibilidade de aumentar a produção, certamente teremos mais emprego para o povo da região”, prospectou Freitas.

Além do petista, o prefeito de Itaitinga, Antonio Marcos Tavares (DEM), e o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão (PDT), também estiveram na cerimônia.

Dimensão, energia e produção sustentável
A nova unidade de produção da Diageo tem aproximadamente 90 mil metros quadrados de área total e 23 mil metros quadrados de área construída. De acordo com a empresa, o empreendimento é três vezes maior que a unidade anterior da companhia em Fortaleza, e apresenta uma capacidade produtiva de 12 milhões de caixas de nove litros por ano.

O complexo industrial conta, ainda, com a utilização de energia solar, iluminação natural e de LED. Ao todo, 90% da energia que mantém o funcionamento do espaço é proveniente do sol, sendo 1.826 painéis solares instalados na fábrica, com capacidade para gerar 931,26 kWp. Na prática, a energia elétrica economizada teria a capacidade de abastecer cerca de 800 casas.

Painéis de energia solar do complexo industrial, em Itaitinga (Foto: Divulgação)

Segundo o diretor de Supply Chain da empresa, Danilo Melo, 85% da produção é feita com garrafas reutilizáveis, e cada linha tem um processo individual de contagem do material. A unidade de envelhecimento de cachaça também foi otimizada através de madeiras específicas. A política sustentável inclui, ainda, a caldeira utilizada na produção de bebidas, que é movida a partir de combustível biometano, gerado no aterro sanitário de Itaitinga. A escolha dá-se, segundo o diretor, porque o biometano é considerado fonte de energia limpa que vem de uma matéria orgânica, o que faz com que o dióxido de carbono (CO2) emitido seja absorvido pelas plantas, diferentemente do que ocorre com uma fonte fóssil, que fica na atmosfera.

Durante a cerimônia de inauguração do complexo, Melo também exaltou a valorização do não envio de resíduos da produção para os aterros sanitários, o que, segundo ele, também é um diferencial da nova instalação, e dialoga com os pilares de produção e consumo conscientes que vão além dos rótulos de bebidas distribuídos pela empresa.

A jornalista Júlia Maria Rodrigues Silva viajou até a cidade de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, a convite da Diageo.