Petrobras aprova pagamento de dividendos recordes e volume chega a 87,8 bilhões de reais

A Petrobras registrou um lucro excepcional de R$ 54,3 bilhões no segundo trimestre. A cifra significa uma alta de 26,8% se comparado ao lucro de R$ 42,85 bilhões no mesmo período do ano passado. Com isso, a Petrobras pagará dividendos recordes, que chega a cifra de 87,8 bilhões de reais. Como o Tesouro Nacional é o maior acionista da empresa, a maior fatia desses recursos vai para o caixa do governo.

O resultado foi impactado positivamente pela alta do petróleo e também pelo ganho de capital de R$ 14,2 bilhões referente ao acordo de coparticipação nos campos de Sépia e Atapu.

A empresa ganhou muito dinheiro em 2020 , 2021 e neste começo de ano. Dessa forma, é natural que o acionista principal demande um pagamento de dividendos mais significativos. “O ato em si não é um problema, a questão é a intenção do principal acionista por trás dessa demanda”, diz um experiente analista.

Algo muito semelhante aconteceu com a Vale: lucros excepcionais geraram pagamento de dividendos excepcionais. Assim, diz o gestor, a notícia de que a Petrobras pagará dividendos recordes não é de se estranhar.

“O dinheiro vai para o cofre do Tesouro Nacional sem carimbo. Ajuda o festival de bondades com certeza, mas sem carimbo”, diz o analista.

A distribuição de R$ 87,8 bilhões em dividendos neste segundo trimestre de 2022, equivalente a R$ 6,73 por ações é resultado dos sucessivos aumentos de preços realizados pela Petrobras, como disse o pesquisador Mahatma Santos do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). “Ademais, revela que a gestão da estatal tem sido direcionada para atender a um conjunto de interesses relacionados ao calendário eleitoral e não aos interesses da sociedade como um todo”, diz ele. “As altas nos preços dos derivados turbinam os dividendos que serão repassados ao governo federal, mas reduzem os investimentos de longo prazo da companhia e impulsionam a inflação”, acrescenta.