Economia

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Qual será a política de Lula para o BNDES, caso seja eleito?

O ex-presidente quer que o BNDES focado nas pequenas empresas e esqueça a política de apoiar grandes empresas brasileiras com expressão global. A proposta não agradou nem empresários, nem os próprios funcionários do banco. É um tema relevante para a economia se queiermos sair da estagnação de décadas.

por da Redação em 19/07/22 12:19

Qual será a política do ex-presidente Lula para o BNDES caso seja eleito. Em conversa reservada com alguns empresários, Lula disse que quer o BNDES focado nas pequenas empresas, como revelou a jornalista Malu Gaspar em sua coluna no jornal O Globo. Empresários e funcionários do banco não estão convencidos de que este é o melhor caminho.

O ex-governador Tarso Genro é muito próximo ao presidente. No programa Segunda Chama, no MyNews, deu algumas pistas do que seria essa política para o BNDES focado nas pequenas empresas caso o ex-presidente seja eleito. Segundo Genro, o plano obedece a uma modificação que houve nos processos de trabalho, derivado das transformações tecnológicas que ocorreram nos últimos 30 anos. Hoje o sistema de implementação de uma grande empresa é muito diferente do que era antes. “Há um sistema de cooperação horizontal entre as empresas que forma as grandes plantas internacionais”, diz ele. “E há micro, pequenas e médias empresas que compõem uma constelação produtiva”, diz.

Essas empresas são orientadas pelas novas tecnologias e impulsionam a economia de base, daí a tese de ter o BNDES focado nas pequenas empresas . “Impulsionando a economia de base os recursos vão refletir nos grandes conglomerados globais”. O que o presidente disse, como explica Genro, é que o BNDES não vai se ocupar mais exclusivamente desses grandes projetos.  “Ele vai socializar mais os recursos para estimular a micro, pequena e média empresa que são elementos centrais de recuperação de qualquer economia”.  Resumindo, o que Genro diz é: tem que começar de baixo pra cima sem perder a perspectiva de que o Brasil tem grandes empresas multinacionais

Para Arthur Koblitz, membro do conselho do BNDES e representante dos funcionários do banco, há um equívoco grande nesta estratégia e ele sente falta de um debate sobre o papel do banco dom os presidenciáveis.  “É obvio que inclusão financeira das empresas é importante e democratizar o capital também”, diz ele. Segundo Koblitz,  dar acesso ao mercado de crédito e de capitais a um número maior de empresas é fundamental para que elas desenvolvam todo o seu potencial .

“Governo Temer e governo Bolsonaro fizeram um governo muito semelhante neste sentido”, diz ele. Nos dois casos o discursos é que havia chegado a hora do BNDES  apoiar a pequena empresa. E por que ele não gosta deste discurso? “Este discursos faz parecer que o BNDES não apoia a pequena e média empresa. Isso é falso”, diz. Segundo Koblitz, no governo Dilma o desembolso para de 63 bilhões para pequenas e médias empresas. Em 2021 caiu para 29 bilhões.

Não é uma novidade, portanto. Boa parte desse dinheiro vai para capital de giro. “Se nosso sistema financeiro fosse menos anormal poderia dar mais conta”, observa. Capital de giro são empréstimos de curto prazo. Não são empréstimos para investir em capital fixo, do qual o Brasil precisa desesperadamente.

O apoio a grandes empresas é para financiar o desenvolvimento que se quer para o País. “Sei que não é popular, mas é preciso enfrentar este tema porque qualquer governo que assuma será cobrado do que prometeu”.

A íntegra do vídeo você pode ver abaixo

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