Crise mais recente entre dois países se desenhava desde o fim de 2021, quando tropas russas começaram a ocupar territórios próximos às fronteiras ucranianas. Na noite da quarta (23), Rússia começou invasão.
por Suzana Souza em 24/02/22 10:48
A invasão da Rússia à Ucrânia começou na noite da quarta-feira (23). Há relatos de ataques com mísseis e explosões em diversas cidades ucranianas, inclusive na capital Kiev. Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram os estragos iniciais causados pelo conflito.
O espaço aéreo do país foi fechado para voos civis ainda na quarta, de acordo com a Empresa de Serviços de Tráfego Aéreo do Estado da Ucrânia. As estações de trem e metrô do país amanheceram com centenas de pessoas em busca de locomoção. Na capital, o trânsito está congestionado com centenas de veículos em busca dos acessos às saídas da cidade. As imagens mostram, ainda, postos de gasolina e supermercados com filas gigantes.
O presidente russo Vladimir Putin, em anúncio do ataque vinculado em rede de televisão aberta do país, disse que “quem tentar interferir ou, ainda mais, criar ameaças para o nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências como nunca antes experimentadas na história”.
Na manhã desta quinta (24), o presidente ucraniano Volodymyr Zenlensky declarou em mensagem que o país adotou a lei marcial, que é quando as regras militares passam a valer em detrimento das leis civis comuns.
Zenlesky também pediu calma aos ucranianos e disse que conversou com o presidente dos Estado Unidos Joe Biden. Apesar de não ter revelado o teor exato da conversa, o presidente ucraniano afirmou que “os EUA já começaram a unir o apoio internacional”.
A principal razão do conflito é o interesse da Ucrânia em fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A organização estabelece uma aliança militar internacional entre os países que fazem parte dela. Ao todo, 30 territórios compõe atualmente a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos e tem como membros países como Alemanha, Reino Unido, França e Itália.
“Essas invasões do presidente Putin à Ucrânia representam uma pá de cal definitiva na antiga ordem internacional que foi criada no mundo pós Guerra Fria”, afirmou o cientista político Pedro Costa Júnior, em entrevista ao Café do MyNews desta quinta-feira (24).
“O grande tremor do Putin é um dia abrir a janela do Kremlin e ver as tropas da Otan por lá. Isso é uma questão de segurança nacional, do ponto de vista do Putin. […] A Ucrânia é um país cuja fronteira com a Europa é mais crucial ainda para a Rússia. E Ucrânia, em 2014, sinalizou muito para a Europa com as chamadas revoluções coloridas”, declarou o cientista político.
Outro ponto relevante dessa crise são os embates separatistas dentro do território Ucraniano. Desde 2014, o país vive em conflito com territórios localizados no leste, nas regiões de Donetsk e Luhansk. Esses dois locais têm o apoio da Rússia na guerra com a Ucrânia. Nessa região do leste ucraniano fica localizada a bacia de Donbass, que é a mais importante fonte de energia e a maior região industrial do país, de acordo com a “Encyclopedia of Ukraine”, feita pelo Instituto Canadense de Estudos Ucranianos (CIUS).
O presidente russo Vladmir Putin havia dito que não tinha intenção de invadir o país vizinho, mas em 21 de fevereiro reconheceu as regiões de Donetsk e Luhansk como repúblicas independentes da Ucrânia e também autorizou o envio de militares russos para áreas separatistas do país ucraniano.
Confira abaixo entrevista completa sobre o tema no Café do MyNews desta quinta-feira (24)
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