Para Roberto Abdenur, ex-diplomata do Brasil nos Estados Unidos, China e Alemanha, decisão venezuelana é inédita na política internacional
por Camilla Lucena* em 31/07/24 19:09
Roberto Abdenur participa do Segunda Chamada de terça-feira (30) | Foto: Reprodução/MyNews
A Venezuela rompe com a diplomacia ao expulsar, simultaneamente, sete embaixadores de países amigos após contestações do resultado da eleição de domingo (28), que consagrou reeleito o presidente Nicolás Maduro. Foi o que afirmou o diplomata Roberto Abdenur, ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos, China e Alemanha ao Segunda Chamada de terça-feira (30). Segundo ele, é comum países em conflito expulsarem ou chamarem os embaixadores ao país de origem como forma de expressar descontentamento, mas a decisão venezuelana é inédita na política internacional.
Na segunda-feira (29), o governo venezuelano expulsou do país todo o corpo diplomático de sete nações: Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai. Os sete países latino-americanos consideraram “indispensável” que existam “garantias de que os resultados eleitorais respeitarão plenamente a vontade popular expressada pelo povo venezuelano nas urnas”.
Em comunicado, o ministro das Relações Exteriores, Yván Gil Pinto, disse que a Venezuela rejeita as reações de “um grupo de governos de direita, subordinados a Washington” e comprometidos com “ideologias sórdidas do fascismo internacional. Nas redes, agradeceu o apoio do Partido dos Trabalhadores pelo “reconhecimento do trabalho do poder eleitoral e dos resultados que demonstram a soberania do povo venezuelano”.
Em resposta à conduta da Venezuela, o Peru ordenou que o corpo diplomático venezuelano também abandonasse o país em um prazo máximo de 72 horas, diante das “graves e arbitrárias decisões tomadas pelo regime venezuelano”. Na contramão, a Argentina, afirmou não ter rompido relações com a Venezuela. “Se eles fizeram isso, ainda não nos transmitiram”, declarou a chefe da diplomacia argentina, Diana Mondino, ao canal LN+. O Uruguai informou que decidirá “nas próximas horas” o que acontecerá com a embaixadora Silvana Montes de Oca e com o corpo diplomático que está em Caracas.
*Sob supervisão de Sofia Pilagallo
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