Aquecimento global deve agravar desigualdade de gênero, afetando a saúde de mulheres e meninas. Compromissos assumidos pelos países na COP26 são insuficientes para frear as mudanças climáticas
por Redação em 09/11/21 22:16
A COP26 debateu nesta terça (9) o grande impacto que o aquecimento global tem na vida das mulheres de várias regiões do mundo. Um estudo do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA) aponta que as mudanças climáticas terão impacto direto em questões como saúde e direitos sexuais e reprodutivos – expondo especialmente as mulheres e as meninas em países mais pobres e com grandes desigualdades sociais a percorrerem distâncias maiores para coletar água, alimentos, e outros meios para garantir a subsistência.
A situação deve provocar, inclusive, uma exposição maior das mulheres a situações de violência sexual e de gênero e também coloca em risco a saúde materna e neonatal – com pesquisas indicando que a elevação da temperatura pode aumentar a probabilidade de natimortos. A pandemia do Covid-19 agravou esta situação e colocou ainda mais as mulheres em situação de vulnerabilidade em diversas regiões do mundo.
Entre as ações propostas pela Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável para proteger as mulheres e meninas estão iniciativas que permitam a maior participação feminina na política e em posições de decisão – promovendo uma maior equidade de gênero em postos de liderança.
A Conferência do Clima da ONU, que acontece na Escócia até a próxima sexta (12), recebeu uma boneca gigante representando meninas e mulheres refugiadas em todo o mundo. Little Amal, fantoche de 3,5 metros, representa uma jovem refugiada síria – uma forma de lembrar que as mulheres representam nada menos que 80% das pessoas refugiadas por desastres e mudanças climáticas no mundo.
Para a diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Inger Andersen, existe uma “lacuna de liderança” para guiar as nações para um documento final de compromissos da COP26 e que o mundo “não está fazendo o suficiente e precisa dar um passo à frente com mais ação, urgência e ambição”.
O Relatório de Lacunas de Emissões do Pnuma revelou que com os atuais compromissos assumidos pelos países, o mundo reduzirá apenas 7,8% das emissões de gases de efeito estufa até 2030; muito pouco para alcançar a meta de limitar o aquecimento do planeta em 1,5ºC até o fim deste século – tendo como base a temperatura da Terra antes da era industrial. Andersen destacou que as promessas até agora têm sido vagas e pouco transparentes.
* A cobertura da COP26 do Canal MyNews é realizada em parceria com a Vale
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