Os governadores presentes na COP26 fizeram o lançamento oficial do Consórcio Brasil Verde – organizado pelo movimento Governadores pelo Clima
por Juliana Cavalcanti em 05/11/21 21:58
Sem a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Conferência do Clima da ONU (COP26), os governadores têm assumido o protagonismo, liderando negociações em busca de recursos e se apresentando como representantes do Brasil na conferência. Os governadores presentes na COP26 fizeram o lançamento oficial do Consórcio Brasil Verde – organizado pelo movimento Governadores pelo Clima, na manhã desta quinta (4). Participaram do evento os governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) – presidente do consórcio; do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM).
Ao todo, 22 estados participam do Consórcio Brasil Verde: Alagoas, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
Segundo o jornalista Jamil Chade, que realiza a cobertura da COP26 diretamente de Glasglow, na Escócia, as lideranças estaduais tiveram reuniões com representantes de diversos países e blocos econômicos, incluindo Reino Unido, União Europeia, Estados Unidos, China e França, entre outros possíveis parceiros, em busca de formas de viabilizar projetos.
“Apresentando metas, mas tentando descolar a imagem do governo brasileiro. Um dos encontros nesta quinta (4) foi com o Príncipe Charles, do Reino Unido, um dos ativistas que trata das questões climáticas há alguns anos. Foi esse mesmo ativista monarca que no fim de semana foi esnobado por Jair Bolsonaro. No domingo, no final da reunião do G20, em Roma (Itália), o príncipe Charles fez um discurso sobre mudanças climáticas e sobre a necessidade de agir, e um líder não apareceu para ouvir o príncipe: Jair Bolsonaro”, destaca Jamil Chade.
O Reino Unido tem liderado uma mobilização bilionária de recursos para financiar a proteção da floresta amazônica, com meta de reverter o desmatamento da floresta e também de proteger outros biomas brasileiros, como o cerrado. Entre os investimentos que estão sendo mobilizados aparecem iniciativas já existentes, como o Financiamento Internacional sobre o Clima (ICF), que deve receber mais 300 milhões de libras, e a Coalizão LEAF, com um aporte de mais 200 milhões de libras.
A iniciativa faz parte do acordo assinado pelos mais de 100 líderes mundiais para acabar com o desmatamento no mundo, com recursos que alcançam 8,75 bilhões de libras em financiamento público e 5,3 bilhões de libras em investimentos privados.
A COP26 também tem discutido como atrair o mercado financeiro para as iniciativas de conservação ambiental, integrando compromissos entre governos e instituições financiadoras para criar novos critérios de investimentos em atividades produtivas sustentáveis.
O Brasil é um dos 28 países signatários da nova Declaração de Florestas, Agricultura e Comércio de Commodities (Fact) – que pretende colocar em prática um conjunto de medidas para permitir um comércio local e internacional sustentável, que reduza o impacto ambiental e ao mesmo tempo apoie a agricultura familiar e melhore as cadeias produtivas. Esses países representam 75% do comércio global de commodities com potencial de ameaçar a conservação florestal, entre as quais estão a soja, o cacau e o óleo de palma.
“A COP26 chegou à constatação que no setor financeiro está parte da solução para o debate ambiental. Para a COP26 só haverá uma solução quando governos, empresas e ambientalistas estiverem na mesma rota e que exista dinheiro para financiar novos projeto e novas tecnologias”, analisou o jornalista Jamil Chade, para quem o setor financeiro precisa de novos parâmetros para determinar seus investimentos, para não financiar – muitas vezes com dinheiro público, atividades que provocam danos ambientais.
“No caso brasileiro, a pecuária é subsidiada pelo Estado e vai precisar provar que é ambientalmente correta para continuar vendendo para a Europa. O financiamento público precisará ser repensado de forma que ajude a lidar com a questão climática e não aprofunde a crise ambiental”, pontuou Chade.
O jornalista Jamil Chade e o jurista Paulo Lugon Arantes denunciaram as agressões sofridas por jornalistas brasileiros durante a viagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao encontro do G20 (grupo de países mais ricos do mundo), em Roma (Itália), no último domingo (31/10).
Foi entregue à ONU e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos uma petição para que as entidades cobrem explicações ao governo brasileiro sobre as agressões aos jornalistas que acompanhavam um passeio de Jair Bolsonaro pelas ruas da capital italiana. Os jornalistas tentavam fazer algumas perguntas ao presidente durante a caminhada. Um repórter da Rede Globo recebeu um soco e o jornalista Jamil Chade teve o celular retirado e o braço torcido, enquanto gravava as imagens da agressão por parte de supostos seguranças da comitiva presidencial.
“Não há explicação sobre quem cometeu as agressões. Não há explicações por parte das autoridades. Quem contratou, ou se são policiais oferecidos pelo governo italiano para garantir segurança de Jair Bolsonaro”, explicou Jamil Chade, que aguarda que as entidades cobrem do governo brasileiro respostas sobre as agressões aos jornalistas.
* A cobertura da COP26 do Canal MyNews está sendo realizada em parceria com a Vale
* Com informações da Embaixada do Reino Unido
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