Contagem independente indica que Edmundo González venceu a eleição com 66,2% dos votos, contra 31,2% de Nicolás Maduro
por Sofia Pilagallo em 30/07/24 13:07
Estatístico Raphael Nishimura participa do Segunda Chamada de segunda-feira (29) | Foto: Reprodução/MyNews
A pesquisa AltaVista, uma contagem independente de votos da eleição na Venezuela, à qual o MyNews teve acesso, aponta a vitória de Edmundo González sobre Nicolás Maduro por 66,2% a 31,2%. Esta foi uma das quatro contagens independentes que a líder da oposição María Corina Machado afirmou ter recebido no domingo (28) para contestar o resultado anunciado pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral). Segundo o presidente do órgão eleitoral, Elvis Amoroso, o atual presidente obteve 51,2% dos votos, contra 44,2% de seu opositor.
A metodologia da pesquisa que contesta o resultado oficial foi registrada e desenvolvida por cientistas políticos e estatísticos, entre eles, o diretor de amostragem Raphael Nishimura, do Survey Research Center, da Universidade de Michigan (EUA), que falou com exclusividade ao MyNews. Durante participação no Segunda Chamada de segunda-feira (29), ele explicou que a pesquisa é baseada em uma amostra estratificada de 1.500 centros de votação, de um total de 30.000. Até o momento, 971 seções eleitorais foram tabuladas porque, como denunciou María Corina Machado, houve dificuldades de acesso às atas.
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“Como, obviamente, não seria possível fazer uma contagem de todas as mesas de votação, pré-selecionamos uma amostra de mesas na Venezuela. Tivemos primeiro o trabalho de separar, criar grupos, ou extratos, com base em resultados eleitorais de eleições anteriores. O objetivo foi entender quais dessas mesas votam majoritariamente pró-governo, e quais votam em sua maioria pró-oposição”, explicou Nishimura.
“A partir dos grupos, voluntários coletaram as atas dessas mesas de votação e enviaram para nós, para que pudéssemos contabilizar os votos em um sistema, com base em métodos estatísticos de estimação. Lembrando que todo esse trabalho foi feito antes da eleição. Inclusive pré-registramos as mesas selecionadas em um sistema bastante utilizado em estudos científicos. Se houver qualquer contestação, as pessoas podem ir lá checar”, acrescentou.
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Na Venezuela, para cada voto computado, a urna eletrônica imprime uma cédula em que o eleitor pode comparar a sua veracidade. Essa cópia de papel é depositada em uma segunda urna. No fim da votação, é possível conferir se o conteúdo da urna bate com os dados que serão transmitidos para o CNE. A missão dos voluntários era fotografar a cópia do boletim e enviá-la para a plataforma, assim como reportar os problemas enfrentados.
Ao longo do dia da eleição, foram registradas várias irregularidades, desde atos de intimidação até pessoas que foram impedidas de atravessar a fronteira para votar. Uma idosa foi baleada nas proximidades do centro de votação CNF Simoncito Moscú, em Maturín, a cerca de 500 quilômetros da capital Caracas. A mulher foi atingida por disparos quando homens armados chegaram à sede eleitoral para intimidar os eleitores.
Atos semelhantes foram reportados em Táchira, estado que faz fronteira com a Colômbia. Na região, houve denúncia de que grupos de homens encapuzados realizaram disparos para o alto em meio às filas de eleitores. No município Antonio Rómulo Costa, homens não identificados espalharam panfletos com mensagens intimidatórias próximo aos centros de votação.
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