Família Bolsonaro se dividiu entre golpe de estado do patriarca em 2022, Flávio foi contrário e Eduardo, a favor
O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi indiciado por tentativa de golpe de Estado em 2022, após não aceitar o resultado das eleições, em que foi derrotado por Lula. No entanto, seus filhos, Eduardo, deputado federal, e Flávio, senador pelo Rio de Janeiro, entraram em contradição sobre a ação que seu pai pretendia realizar no Brasil.
Começando por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ele era a favor da ideia de golpe, enquanto Flávio se posicionou contra a ação de seu próprio pai. Segundo o delator, o senador fazia parte de um grupo conservador que defendia a aceitação do resultado das eleições, em vez de tentar revertê-lo.
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“[Mauro Cid diz] que havia um grupo bem conservador, com uma linha política bem definida; que [o grupo] aconselhava o presidente [Bolsonaro] a mandar o povo para casa e se colocar como um grande líder da oposição; que diziam que o povo só queria um direcionamento; que, onde o presidente mandasse, o povo iria”, afirma a delação, conforme citado pelo delator.
Entre eles, havia um grupo chamado de “radical”, subdividido em duas alas: a “menos radical”, que buscava encontrar indícios de fraude nas urnas eletrônicas para justificar uma contestação do resultado, e a “mais radical”, que defendia a ideia de um golpe de Estado por meio de um decreto.
Assim, o grupo ficou dividido da seguinte forma: quem era a favor afirmava que Bolsonaro teria apoio popular caso decidisse manter-se no poder e que, “quando desse a ordem”, também seria apoiado por CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores).
Conservadores:
Senador Flávio Bolsonaro
AGU Bruno Bianco
Ciro Nogueira (então Ministro da Casa Civil)
Brigadeiro Batista Júnior (então Comandante da Aeronáutica)
Este grupo se subdividia em dois. O primeiro era formado por generais da ativa que tinham mais contato com Bolsonaro:
General Freire Gomes (Comandante do Exército)
Arruda (Chefe do DEC – Departamento de Engenharia e Construção)
Teófilo (Comando de Operações Terrestres)
Paulo Sérgio (então Ministro da Defesa)