Jornalismo Independente
Ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos | Foto: Ton Molina/STF
Ex-comandante da Marinha é ouvido no STF e diz que não colocou tropas à disposição para Bolsonaro dar um golpe e impedir a posse de Lula
O almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha no governo de Jair Bolsonaro, negou as principais acusações que lhe são atribuídas na ação penal dos atos golpistas. O militar rebateu as acusações de seu colega Baptista Jr, ex-chefe da Aeronáutica, de que Garnier colocou as tropas, cerca de 15 mil marinheiros, à disposição do ex-presidente numa tentativa de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
“Nunca usei essa expressão. Preocupação era em descambar para o quebra-quebra, que algo se perdesse”, disse Garnier, réu na ação e que está sendo interrogado na 1ª Turma do STF nesta terça-feira.
“Eu estranhei de onde veio esse número, tinha 17 mil homens. Me chamou a atenção e o google é que diz 14 mil. Nunca disponibilizei tropas para ações dessa natureza”, completou.
O almirante negou outra declaração de Baptista Jr de que, numa reunião em dezembro no Ministério da Defesa, o então ministro Paulo Sérgio Nogueira apresentou uma minuta de golpe. Ele contou que foi o último a chegar na reunião e que encontrou um clima “estranho” na sala. Negou que Nogueira apresentou minuta de golpe, que não viu nenhum papel desse tipo sobre a mesa.
“Essa reunião foi no mínimo estranha. Se encerrou antes de começar. Já havia tido algum tipo de desentendimento, alguma discussão. O ministro parecia estar chateado com o que desenvolvera e a conversa foi encerrada. Não vi esse assunto (de minuta de golpe)”.
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