Suspeitas são de que Paulo Costa Bueno e Fábio Wajngarten tentaram obter informações da delação premiada de Mauro Cid
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, na quarta-feira (25), que a Polícia Federal (PF) colha depoimentos de Paulo Cunha Bueno, atual advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Fábio Wajngarten, ex-advogado e ex-secretário de Comunicação Social da Presidência de Bolsonaro. De acordo com Moraes, eles devem ser ouvidos em até cinco dias.
Segundo a PF, que se baseia em informações fornecidas pela defesa do tenente-coronel Mauro Cid, Bueno e Wajngarten teriam se aproximado da família do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro para tentar descobrir detalhes da delação premiada.
A defesa de Cid alega que os advogados de Bolsonaro pressionaram Gabriela Ribeiro Cid e Agnes Cid, esposa e mãe do militar, além de uma filha de 14 anos do casal. Bueno e Wajngarten também teriam tentado influenciar outros familiares para que Cid destituísse seus próprios advogados.
Na visão de Moraes, as condutas denunciadas “indicam a prática, em tese, do delito de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa”, o que justifica a necessidade de ouvir os envolvidos.
A ordem foi expedida no Inquérito instaurado no STF para apurar a atuação do ex-assessor da Presidência Marcelo Câmara e do advogado Luiz Eduardo Kuntz na tentativa de obter dados da delação de Mauro Cid. Câmara, que é réu por participação na tentativa de golpe de Estado, foi preso na semana passada.
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