Na sexta-feira (24), uma aeronave norte-americana com 88 brasileiros deportados pousou em Manaus; política de Trump causa tensão entre países
por Camilla Lucena* em 27/01/25 19:28
Imigrantes ilegais são deportados dos EUA algemados e em avião militar | Foto: Divulgação/Casa Branca
Dias após a cerimônia de posse de Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos (EUA), o governo deu início à deportação em massa de imigrantes ilegais. Na noite da última quinta-feira (23), a Casa Branca chegou a informar que 538 pessoas foram detidas e centenas foram deportadas.
A retirada dos estrangeiros sem documentos do país era uma das promessas de campanha do empresário, que considera a contenção a imigração ilegal uma “emergência nacional”. Logo no primeiro dia de volta à Presidência, Trump assinou uma série de ordens executivas com o objetivo de impedir a entrada de imigrantes.
Dentre essas medidas, o republicano aprovou uma ordem executiva para negar a cidadania norte americana aos filhos dos imigrantes que residissem ilegalmente nos EUA. Entretanto, a decisão foi bloqueada temporariamente por ser “flagrantemente inconstitucional”, uma vez que a Constituição estadunidense garante o direito à cidadania às crianças nascidas no país.
Na última sexta-feira (24), uma aeronave norte-americana pousou em Manaus (AM) com 158 pessoas deportadas, sendo 88 brasileiros. Inicialmente, os imigrantes seriam levados até Belo Horizontes, mas, devido a problemas técnicos, o voo precisou fazer um pouso de emergência.
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Segundo relatos dos passageiros, a viagem foi realizada em péssimas condições. Além da aeronave ter apresentado problemas quando ainda estava nos EUA, os deportados estariam algemados desde quarta-feira (22) e as algemas só foram retiradas no Brasil, após intervenção da Polícia Federal. Os 88 brasileiros deportados foram levados até Minas Gerais em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
Na mesma semana, Estados Unidos e Colômbia também protagonizaram momentos de tensão diplomática após o presidente colombiano, Gustavo Petro, proibir a entrada de aviões norte-americanos com deportados conterrâneos no espaço aéreo de seu país.
De acordo com Petro, os EUA não respeitaram os direitos dos colombianos deportados e, por isso, não aceitaria as aeronaves, que foram obrigadas a retornar à América do Norte.
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Em resposta, Trump anunciou a aplicação de uma série de sanções ao país sul-americano, como taxação de 25% sobre os produtos importados da Colômbia, revogação de vistos de autoridades e aliados do governo e inspeções rigorosas para entrada de cidadãos colombianos no país.
Gustavo Petro reagiu às penalidades de Trump, informando que aplicaria as mesmas tarifas ao produtos norte-americanos e que enviaria o avião presidencial para buscar seus cidadãos.
No entanto, no domingo (26), o governo dos EUA anunciou que iria interromper tanto a tarifação extra quanto as demais sanções; Petro, por outro lado, decidiu aceitar o voo com os colombianos deportados desde que os direitos de seus cidadãos fossem respeitados.
Segundo a legislação norte-americana, um estrangeiro pode ser compulsoriamente removido do país se tiver entrado de forma irregular em território estadunidense, cometido um crime, violado as leis de imigração ou estiver envolvido em atos criminosos capazes de ameaçar a “segurança pública”.
No caso dos imigrantes irregulares, o processo de deportação tem início com a identificação deste estrangeiro, que será detido e encaminhado para uma audiência perante um juiz da imigração. É neste momento que será constatada a irregularidade ou a existência de questões humanitárias que justifiquem sua permanência no país. Uma vez comprovada a irregularidade, o migrante será direcionado para um centro de custódia, onde aguardará a deportação.
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Os EUA, então, comunicam ao país de origem do estrangeiro sobre a irregularidade e questionam se o imigrante tem intenção de retornar. Vale ressaltar que o migrante não tem a obrigação de retornar ao país de origem, podendo escolher outra nação, que também será informada e questionada sobre a possibilidade de aceitar o estrangeiro – o país de origem tem obrigação de receber seus cidadãos deportados.
O imigrante irregular, depois de decidido seu destino, aguarda pelo momento do translado. É importante ressaltar que o transporte só é feito em grupo, com grande quantidade de pessoas a serem deportadas, por isso o processo pode demorar.
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*Sob supervisão de Leonardo Cardoso
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