Em depoimento no processo da trama golpista, coronel Cíntia Queiroz de Castro afirmou que tomou conhecimento da possibilidade de manifestação no dia 6 de janeiro de 2023
Se as forças policiais tivessem seguido o plano de contenção dos manifestantes, que proibia o acesso de pessoas e veículos à Praça dos Três Poderes, o atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023 “com certeza” não teriam ocorrido. Foi o que afirmou a coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Cíntia Queiroz de Castro durante depoimento, nesta terça-feira (27), no processo da trama golpista.
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Segundo Cíntia, que depôs como testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, na noite do dia 5 de janeiro de 2023, as autoridades policiais tomaram conhecimento de que haveria uma grande mobilização de caravanas em direção a Brasília. As informações indicavam que a manifestação poderia ocorrer no dia 6, 7 ou 8 de janeiro daquele ano.
“Foram manifestações de caravanas vindas de outros Estados, e isso me chamou a atenção que me fez chamar uma reunião para sexta-feira, dia 6, às 10h”, disse a coronel.
Diante do alerta, uma reunião com representantes do Senado Federal, da PMDF, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros, do Detran/DF e do Supremo Tribunal Federal foi marcada para sexta-feira (6/1) com o objetivo de de reunir informações sobre a mobilização e montar o protocolo de ações integradas.
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Na manhã desta terça, o ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência, Saulo Moura da Cunha, que também depôs como testemunha de Anderson Torres, já havia confirmado o envio de alertas sobre uma movimentação atípica de pessoas chegando à capital. Segundo ele, as caravanas repercutiam discursos extremistas.
No entanto, a coronel negou ter conhecimento acerca dos conteúdos radicais. Em depoimento, afirmou que as convocações para a manifestação às quais teve acesso não tinham indicação de tomada de poder.