Eventos que se desencadearam a partir de 07/10/2023, surpreendendo o mundo, têm provocado inúmeras discussões
por Maria Aparecida de Aquino em 25/10/23 06:33
Foto: Divulgação
Acredito que, se há solução para a sobrevivência da humanidade, ela virá pela conquista da igualdade social. Do mesmo modo, entendo que, se há solução para os problemas entre israelenses e palestinos, ela estará na concretização de dois Estados independentes na região: o Estado Palestino e o Estado de Israel.
Os eventos que se desencadearam a partir de 07/10/2023, surpreendendo o mundo, têm provocado inúmeras discussões, principalmente nos meios de comunicação e, também, nos meios acadêmicos.
Temos sido bombardeados por uma avalanche de informações das mais variadas que apontam para um inédito despertar da chamada “opinião pública”, nem sempre interessada em assuntos áridos e complexos. Ao lado disso, desenvolve-se a possibilidade de, com o passar do tempo, o tema cair no desinteresse e cansaço como está acontecendo com outro grave problema mundial contemporâneo: a invasão da Ucrânia pela Rússia e a guerra dali decorrente.
Acompanhamos uma quantidade enorme de análises dos meios de comunicação que, desde o primeiro instante, caracterizaram o Hamas como grupo terrorista. O governo brasileiro tem sido muito criticado por não utilizar o termo (“terrorista”) para o Hamas e, de nada adiantou observar que, nesse quesito o Brasil seguia as orientações da Organização das Nações Unidas (ONU) que não colocava o grupo como organização terrorista. Ao mesmo tempo, os meios de comunicação que se desdobraram em analisar os eventos, não se preocuparam em definir terrorismo e ação terrorista o que é importante que façamos.
Segundo Norberto Bobbio (BOBBIO, Norberto et alii. Dicionário de Política. Brasília, Ed. Universidade de Brasília, 2010. p. 1242-1244) terrorismo pode ser entendido “como a prática política de quem recorre sistematicamente à violência contra as pessoas ou às coisas provocando o terror”. No plano internacional, o terrorismo se revela “a única forma de ação possível quando os grupos terroristas não possam ser reconduzidos a nenhuma unidade territorial, ou melhor, a nenhum Estado.” Este é o caso do Hamas e do Hezbollah que não tem um Estado para chamar de seu.
É importante que nos debrucemos sobre aspectos-chave para que possamos expressar uma concepção abalizada a respeito desse tema que, tal como a Guerra Rússia/Ucrânia, veio para ficar e, com o qual, conviveremos durante bastante tempo.
É necessário que se reflita sobre o porquê desse ataque do Hamas ao Estado de Israel 2 que, em tese, pegou a todos, especialmente, os israelenses de surpresa.
Para tanto é necessário um recuo à Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1947, que decidiu pela criação de dois Estados independentes: o Estado Palestino e o Estado de Israel na região da Palestina, ou seja, no território localizado na região do conhecido Oriente Médio ou Oriente Próximo. Seu nome se origina de Filistina ou Terra dos Filisteus. Além disso, como Jerusalém é uma cidade considerada sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos, a ONU decidiu que seu território deveria ser livre e administrado internacionalmente. Essa sessão da Assembleia Geral da ONU foi presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha que defendeu a questão da partilha e da criação do Estado de Israel, a famosa Resolução 181. Porém, por que foi realizada essa Conferência para decidir essa temática?
Desde o final do século XIX, judeus entusiasmados pelo pensamento de Theodor Herzl (1860-1904), começaram a se dirigir em direção ao território da Palestina. Theodor Herzl foi um jornalista judeu austro-húngaro que havia sofrido pessoalmente perseguições por ser judeu. Posteriormente, influenciado pelo famoso Caso Dreyfus (1894-1906) 3 , escreveu um livro O Estado Judeu onde defendia a criação de um Estado para os judeus.
No início do século XX, amplia-se a migração de judeus em direção à Terra que consideram como sua: a Palestina, cuja antiga denominação é Canaã. Começaram a comprar terras na região que se encontrava ocupada por árabes que lá se instalaram a partir do século VII d.C. O clima de tensão no território já é claro, pois, os árabes não aceitam partilhar sua terra com esse povo que chega comprando territórios com ambições de domínio.
Há um mito religioso, segundo o qual, Deus teria prometido essa terra aos judeus que seriam o seu “povo escolhido”. Deus teria dito a Abraão, um dos patriarcas hebraicos 4 que deveria sair de sua terra e se dirigir ao território que ele iria lhe mostrar e essa terra seria sua e de seus descendentes.
Segundo a tradição bíblica, os hebreus, por volta de 1.700 a.C., levados por uma fase de escassez de alimentos, migraram para o Egito, buscando se estabelecer em suas terras férteis. Inicialmente aceitos, com o passar do tempo, teriam sido escravizados, o que se manteve até aproximadamente 1.300 a.C. Aí, segundo, novamente, a tradição bíblica, teriam sido libertos por Moisés que os conduziu de volta à sua terra prometida por Deus: Canaã. Canaã, em termos atuais, corresponde aos territórios de: Israel, Faixa de Gaza, Cisjordânia, parte da Jordânia, Líbano e parte da Síria.
Porém, como era de se esperar, essa terra não estava à sua espera. Estava ocupada por cananeus e filisteus. Para se estabelecerem precisaram conquistar militarmente essa terra contra os povos que ali viviam. Segue-se um período de prosperidade em que todos conhecemos os importantes reis hebreus: Saul, Davi e Salomão, momento em que foi construído o Templo de Jerusalém, templo este que foi destruído durante o domínio romano.
Ou seja, após essa fase de prosperidade veio a decadência. Com a morte de Salomão, seu filho Roboão passou a governar. Mas seu reinado desagradou à população. Isto acabou levando à divisão do território em dois reinos: Israel Setentrional, o reino das 10 tribos e Israel Meridional, com capital em Jerusalém.
Nesse momento de fragilidade foram alvo de diversas conquistas até o domínio romano em 63 a.C. Foi sob este domínio que se deu sua diáspora (dispersão). Após uma rebelião foram expulsos pelos romanos (70 d.C.) e condenados a se espalhar por diversas regiões, excetuando-se o território do Império Romano. Assim permaneceram até voltar a se agrupar, a partir do início do século XX embalados pelas crenças de Theodore Herzl e do sionismo 5 .
As barbaridades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial e, particularmente, o terror do Holocausto com a morte de, aproximadamente, 6 milhões de judeus criaram um sentimento generalizado de culpa. Afinal, como a Europa poderia não saber dos horrores dos campos de concentração e do genocídio de povos? Boa parte dos países agiram como se o tivessem descoberto somente com a libertação dos campos de concentração, ao término do conflito.
Em meio à hipocrisia do pretenso desconhecimento, os vencedores da guerra se viram obrigados a criar uma solução para a região da Palestina, mesmo porque a pressão judaica populacional na região era explosiva. Essa região estivera sob o domínio do Império Otomano que, entretanto, com a Primeira Guerra Mundial (1914- 1918) foi destroçado. Mesmo antes do término da guerra, um documento conhecido como a Declaração Balfour (1917) se referia ao desejo do governo britânico de facilitar o estabelecimento do Lar Nacional Judeu na Palestina, se os ingleses conseguissem derrotar o Império Otomano. Após o fim do Império Otomano, a região da Palestina ficou sob o
controle de um Mandato Britânico (1920-1948).
Deve-se observar que, após a Conferência da ONU de 1947, não foram tomadas medidas concretas para a criação dos Estados. Assim, os judeus apressaram-se, em 1948, a criar unilateralmente o seu Estado. O mesmo não ocorreu com a Palestina e seu Estado ainda por se realizar.
Novamente se vivenciava o drama da chegada dos judeus a um território que consideram a sua “terra prometida por Deus” que não estava à sua espera, estava ocupada por uma população beligerante em relação ao novo Estado. Entre a sua crença religiosa como “povo escolhido por Deus” e a realidade vivenciada a distância foi abissal. Para os habitantes da região, os Palestinos, nada significava ser o “povo escolhido por Deus”. Que Deus? Eles acreditam em outras divindades. Esse povo foi visto por eles simplesmente como invasor, usurpador.
É preciso explicar que, quando da partilha, os judeus detinham apenas 7% do território e passaram a possuir 55%, enquanto os palestinos, em maioria, ficaram com 45%. Outra questão importante: na concepção de um Estado Palestino, os territórios destinados a eles foram divididos e distanciados: uma parte na estreita e diminuta Faixa de Gaza e outra parte na Cisjordânia. O tratamento desigual dado para a questão é, portanto, gritante!
Entre 1948 e 1949 os exércitos da Liga Árabe (Egito, Jordânia, Síria, Líbano, Iraque e a população árabe palestina), invadem Israel tentando evitar a consolidação do novo Estado. Mas, apesar de mais numerosos, em 1949, a Liga Árabe foi derrotada. Durante o conflito, os judeus aproveitaram para expulsar mais da metade da população palestina da região. Os palestinos consideram essa a sua diáspora: Al Nakba (a catástrofe). Popularmente é narrado que a maior parte dos palestinos expulsos guardaram as chaves de suas casas que conservam até hoje, preparando o seu retorno.
Durante essa diáspora, entretanto, os territórios destinados ao futuro Estado Palestino, foram dominados por outros povos: o Egito ocupou a Faixa de Gaza e a Cisjordânia passou a ser controlada pela Jordânia. Aos palestinos restou se espalharem pela Jordânia e pelo Líbano.
Os hebreus são os antepassados dos atuais judeus. Segundo narrativas bíblicas Abraão é considerado o pai do povo hebreu. Ele
teria sido escolhido por Deus para chefiar uma nação. Sion é o nome de uma das colinas da “Terra Santa” que, durante o reinado de Davi, se tornou sinônimo de Jerusalém.
Em 1956, uma grave crise expõe novamente a brutalidade da questão. Em 29/10/1956, forças armadas israelitas avançaram em direção ao Egito e ao Canal de Suez 6 cuja passagem controlava 2/3 do petróleo utilizado pela Europa.
Isso se deveu ao fato de que o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser nacionalizou o Canal. Nasser desejava que as taxas cobradas por franceses e ingleses passassem aos egípcios e ajudassem a financiar a represa de Assuã que almejava construir. Na investida israelense houve o apoio da França e da Inglaterra na invasão que se desencadeou.
A URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) apoiava Nasser auxiliando-o na construção da barragem de Assuã. Além disso, o líder soviético Nikita Khrushchev ameaçou com uma guerra nuclear caso a tríplice aliança (Israel, França e Inglaterra) não se retirasse. Os EUA resolvem intervir ameaçando com sanções econômicas.
Resultado: França e Inglaterra se retiraram e Israel acabou cedendo ao devolver o canal ao Egito. Este evento é excepcional pois, de um lado, revela um momento em que os EUA não apoiam Israel e, de outro, mostra uma derrota dos judeus. Em 1964, uma importante alteração no quadro: todos os grupos que lutavam pelos direitos dos palestinos se unificaram, criando a Organização pela Libertação da Palestina (OLP). Yasser Arafat, o criador do maior desses grupos, o Fatah, assume a presidência da OLP.
Porém, a situação iria se alterar brutalmente em 1967. Pretextando uma ameaça de invasão árabe, Israel conduz um ataque surpresa contra Egito, Jordânia e Síria, a breve e conhecida Guerra dos Seis Dias que terminou com a ocupação de novos territórios por Israel – provavelmente seu objetivo real. Conquistas e ocupação de áreas da Península do Sinai, da Faixa de Gaza, as Colinas de Golã, a Cisjordânia e toda a cidade de Jerusalém.
Com a guerra, a OLP precisou se exilar na Jordânia. Mas, em 1970, tentam derrubar o rei da Jordânia para assumir o controle do país. Entretanto, fracassam e são expulsos da Jordânia e obrigados a ir para o sul do Líbano onde permanecem.
Em 1972, temos a tentativa do grupo da OLP, chamado Setembro Negro, nas Olimpíadas de Munique, de sequestrar 11 atletas israelenses. No conflito, sequestradores e atletas são mortos. Em 1973, numa data sagrada para os judeus, o Yom Kippur, o “Dia do Perdão”, Egito e Síria atacam Israel.
Durante o confronto os israelitas perdem o controle da Península do Sinai e das Colinas de Golã. A intervenção dos EUA
promove a reconquista desses territórios para Israel. Como consequência desse conflito a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) resolve elevar de forma inédita os preços do produto do qual boa parte do mundo dependia. É a conhecida “Crise do Petróleo” que
afetou a economia de muitos países.
Em 1974, a Liga Árabe reconhece a OLP como a representante legítima do povo palestino e a Assembleia Geral da ONU admite a OLP como a entidade para representar (como membro observador) a Palestina em qualquer assunto que a ela dissesse respeito.
Entre 1987 e 1993 tivemos a Primeira Intifada que é o levante palestino contra a ocupação de Israel. Nessa ocasião o levante se caracterizou pelo ataque com paus e pedras pelos palestinos – sua forma de resistência – contra o todo poderoso Estado de Israel. O pretexto para o início do conflito foi a morte de trabalhadores palestinos quando duas vans israelenses colidiram com o seu transporte para o trabalho. A revolta palestina chegou até a Cisjordânia. O número de mortos, presos e desaparecidos foi avassalador.
Em 1988, a Liga Árabe reconhece a OLP e Yasser Arafat como representante dos palestinos. Na mesma data, a OLP declara a independência da Palestina o que é reconhecido pela maioria dos países. Entretanto, os territórios ocupados por Israel continuam sob seu jugo. Em 1993, Yasser Arafat do grupo Fatah, numa carta ao primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, reconheceu o Estado de Israel. Israel aceitou a OLP como representante legítima do povo palestino.
Claramente houve um distensionamento na região. É o momento para, talvez, o mais ousado e alvissareiro acordo de paz entre Palestinos e Israelenses. São os Acordos de Oslo (1993). Gostaria de dizer que, naquele momento, fui chamada diversas vezes pelos meios de comunicação para analisar esse conflito.
Reputo que esses acordos foram a mais importante tentativa de estabelecimento de paz na região. Observo ainda que, em visita ao Egito e a Israel, em 1995, pude constatar que se podia atravessar territórios que, anteriormente, seriam fechados. Tive então a possibilidade de uma ampla visita à região.
Foram um conjunto de acordos estabelecidos na cidade de Oslo na Noruega: o governo israelense foi representado pela figura de Yitzhak Rabin e a OLP representada por Yasser Arafat. A mediação coube ao então presidente dos EUA Bill Clinton. O plano deveria ter a duração de 6 anos (1993-1999) e compreendia a retirada de Israel da Faixa de Gaza e de regiões da Cisjordânia, com a transferência de poderes à OLP.
Previa também a transferência de outras aldeias da 6 Inaugurado em 1869 idealizado por Ferdinand de Lesseps e administrado em conjunto pela França e Inglaterra que angariava as taxas cobradas pelo transporte de navios pelo Canal. Cisjordânia, realização de eleições em breve, com a permissão da movimentação entre os territórios transferidos.
O mais importante: a discussão sobre os assentamentos judeus nos territórios palestinos e em Jerusalém. Apesar de, num primeiro momento, as resoluções terem sido levadas adiante, logo as desconfianças de ambas as partes predominaram e o plano fracassou. Importante assinalar que, em 1995, Yitzhak Rabin foi assassinado por um seu compatriota judeu
fanático que não aceitava os acordos de Oslo.
Uma consequência positiva desses acordos foi a criação da Autoridade Nacional Palestina (ANP), em 1994. A ANP passou a controlar os territórios de Gaza e Cisjordânia e Yasser Arafat foi seu primeiro presidente, exercendo o
cargo até sua morte em 2004.
Um pequeno parêntese, em minha viagem de 1995 à região, nosso guia falava de forma muito satisfatória que Binyamin Netanyahu, a quem chamava carinhosamente de “Bibi”, estava de volta, colocando-o como a solução para todos os conflitos. Dito e feito! Em 1996, “Bibi” é eleito pelo Partido Likud, extremamente conservador. Interrompe o processo de desocupação dos territórios palestinos e amplia os assentamentos de colonos judeus em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Porém, em 1999, Ehud Barak, é eleito Primeiro-Ministro de Israel. Barak pertencia ao Partido Trabalhista (o mesmo de Yitzhak Rabin), de tendência social-democrata. Sob sua administração, Israel retira-se do sul do Líbano. Porém, sofrendo muitas represálias dos israelenses, Barak acaba renunciando. Novas eleições são convocadas com a vitória do general Ariel Sharon, do Likud, declarado inimigo dos palestinos.
Apesar de admoestado Sharon, contrariando os palestinos faz uma visita à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém. O local é considerado sagrado pelos israelenses, mas também o é para os palestinos que o reivindicam como capital de seu futuro Estado. Entendendo a atitude de Sharon como provocação, tem início nova Intifada.
Em 2004, Yasser Arafat morreu e, em 2005, terminou a segunda Intifada. Os israelenses deixaram a Faixa de Gaza que, pela primeira vez, viveu um processo de eleições. Entretanto, a vitória pertenceu ao Hamas que não é um
consenso entre os palestinos e estabeleceu um governo na região. O Fatah de Yasser Arafat tem muitas divergências com o Hamas. Só para ficarmos em uma delas, o objetivo do Hamas é destruir o Estado de Israel que não aceita. O Fatah, desde 1988 reconhece o Estado de Israel.
Ao se retirar de Gaza, Israel impôs um bloqueio à região e lançou vários ataques militares: 2008, 2012, 2014, 2021. É importante frisar que Netanyahu que governou Israel no final do século XX, ao longo do século XXI, esteve no poder entre 2009 e 2021 e, após um pequeno interregno, voltou ao poder em 2022 apoiado por uma coalizão de
extrema-direita.
Peço desculpas pelo longo histórico perseguido por este artigo. Entretanto, se não tivermos conhecimento dos fatos, seremos apenas repetidores das notícias que nos bombardeiam e que nos levam a crer numa imparcialidade. Não há imparcialidade! Quando nos expressamos estamos exprimindo nosso ponto de vista, do lugar social de onde falamos. Como diz Gilberto Gil: “que a paz invada nossos corações!”
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