No domingo (2), o Brasil fez história ao conquistar seu primeiro Oscar, mas, em vez de celebração coletiva, o momento se tornou um reflexo da polarização
O Brasil conquistou seu primeiro Oscar, um feito histórico que deveria unir a nação. Mas, em vez de celebração coletiva, o momento se tornou mais um reflexo da polarização política que divide o país.
Leia mais: Brasil ganha primeiro Oscar com ‘Ainda Estou Aqui’
Nas redes sociais, a esquerda exaltou a vitória, destacando a valorização do cinema nacional. Já a direita permaneceu em silêncio, sem manifestações de reconhecimento. Esse contraste escancara um problema maior: a dificuldade de celebrar conquistas sem viés ideológico.
Em um momento que poderia servir de ponto de convergência, a política impôs barreiras. A ausência de um simples parabéns coletivo enfraquece o senso de unidade e desgasta o orgulho nacional. O Brasil, que tantas vezes se une no esporte ou na música, mostrou-se incapaz de fazer o mesmo pela cultura.
Nos últimos 10 anos, estudamos padrões de engajamento digital e como eventos de grande impacto reverberam nas redes. O Oscar 2025 evidenciou o efeito das bolhas ideológicas, com cada grupo interpretando o acontecimento conforme suas crenças. Esse fenômeno, já visto em eleições e outros grandes eventos, reforça a necessidade de debater o papel dos algoritmos no consumo seletivo de informação e seu impacto na coesão social.
Leia mais: “Ainda Estou Aqui” fez governo abandonar esquecimento da ditadura
Enquanto isso, as big techs lucram com essa fragmentação, controlando dados e moldando a informação. Caminhamos para um feudalismo digital, onde poucos detêm o poder sobre a narrativa e o engajamento é impulsionado pelo caos. O desafio é entender até que ponto a polarização será um entrave para reconhecer o que realmente importa: as conquistas coletivas do Brasil.