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Análise: Boulos, Nunes e Datena se prejudicaram ao não enfrentar Marçal em debate

Para o jornalista Romoaldo de Souza, da Rádio Jornal de Pernambuco, desistência de última hora pode ser interpretada como falta de argumentos

por Camilla Lucena* em 20/08/24 17:09

Foto: Reprodução/MyNews

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e José Luiz Datena (PSDB) se prejudicaram ao evitar enfrentar o adversário Pablo Marçal (PRTB) no debate promovido pela revista VEJA e pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), nesta segunda-feira (19). Foi o que afirmou o jornalista Romoaldo de Souza, da Rádio Jornal de Pernambuco, que participou do Segunda Chamada no mesmo dia do debate. Para ele, a desistência de última hora pode ser interpretada como falta de argumentos. “Perderam e perderam feio”, disse.

Na última quinta-feira (15), a VEJA divulgou que todos os convidados para o debate haviam confirmado presença. No entanto, somente Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo) foram ao debate. Segundo o portal G1, na noite de domingo (18), as campanhas decidiram cancelar a participação, alegando haver uma falta de controle dos organizadores em relação ao comportamento de Marçal.

Na visão do vice-presidente da Ágora Assuntos Públicos, o analista político Fábio Zambeli, ainda que o boicote tenha sido uma decisão em conjunto, e que Marçal seja um fator comum, cada candidato teve seus próprios motivos para não ir ao debate.

Datena, por exemplo, falou em “estratégia de campanha” para justificar a ausência, e citou ainda o que ele chamou de “verdadeira palhaçada”, se referindo a atritos entre candidatos em debates anteriores. Apesar disso, para Zambeli, o mal desempenho que ele vem tendo nos encontros poderia ser o real motivo por trás da desistência. “Ele tem dificuldade de se transportar da condição de apresentador, em que ele controla a cena, para um debatedor com regras”, avaliou, acrescentando que a imagem dele não foi afetada pela decisão conjunta de última hora.

Para Zambeli, Nunes foi o principal prejudicado nessa história, pois passou a impressão de ter medo de Marçal e de não conseguir lidar com ele. Boulos, na contramão, seria o único que estaria comemorando o boicote. Em debates anteriores, o candidato pelo PSOL foi o principal alvo de Marçal, que o acusou, sem provas, de ser usuário de cocaína, além de ter dito que ele nunca trabalhou.

Veja a análise completa:

*Sob supervisão de Sofia Pilagallo

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