Juntos, ambos somam mais de 24 milhões de seguidores nas redes sociais, e têm maior projeção no universo online do que em aparições na mídia tradicional
por Sofia Pilagallo em 20/08/24 13:40
O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) | Foto: Reprodução/Reprodução
Políticos como o candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) não se importam em ganhar ou perder adesão. Eles querem “causar”. Essa é a opinião do jornalista Romoaldo de Souza, repórter de política da Rádio Jornal de Pernambuco, que participou do Segunda Chamada de segunda-feira (19).
Nos últimos debates, Marçal foi acusado de disseminar ofensas e notícias falsas contra os adversários, o que gerou um incômodo generalizado entre os demais candidatos e a plateia. O principal alvo dos ataques foi o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), acusado por Marçal de ser usuário de cocaína, sem que nenhuma prova tivesse sido apresentada. A equipe de Boulos, bem como a de Ricardo Nunes (MDB), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB) se ausentaram do último debate, promovido pela revista VEJA, em uma tentativa de pressionar os veículos a desconvidar Marçal para os próximos debates.
Leia mais: Engajamento de Marçal nas redes não é convertido em votos, diz jornalista
Para o jornalista Romoaldo de Souza, no caso de Marçal, que concorre a um cargo político, a decisão de participar ou não de um debate é pouco significante para a campanha, uma vez que ele tem maior projeção nas redes sociais do que em um debate televisionado. Um fenômeno parecido acontece com Nikolas. Segundo Souza, ele é um dos únicos deputados que não se importam em ter seus discursos reproduzidos no noticiário radiofônico Voz do Brasil, principal canal de comunicação estatal. Juntos, Marçal e Nikolas somam mais de 24 milhões de seguidores nas redes sociais.
“Muitos deputados, ao terminarem de fazer um discurso no pequeno expediente da Câmara, pedem ao presidente para colocar o trecho no Voz do Brasil. É a oportunidade que o deputado tem de falar ao povo dele no interior do país, especialmente do estado onde ele mora”, diz o jornalista. “No caso do Nikolas, ele está pouco se importando. Ele não precisa do Voz do Brasil.”
Assim como Marçal, Nikolas já se envolveu em diversas polêmicas e também é acusado de disseminação de fake news. Ele responde a processos por transfobia, gordofobia e apoio a discurso golpista e negacionista. Em live assistida por 415 mil pessoas, divulgou um dossiê repleto de informações não comprovadas sobre supostas fraudes na eleição de 2022, a mesma que o elegeu. O deputado chegou a ser suspenso de várias redes sociais, a mando do ministro Alexandre de Moraes, e depois teve as contas reestabelecidas.
Entenda como é a estratégia do caos utilizada na política atual e em debates e por que tem funcionado:
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