Em entrevista ao MyNews, ministra defendeu que o combate a desastres ambientais é urgente e não pode ser tido como menos importante do que o orçamento
por Sofia Pilagallo em 25/09/24 14:58
Mara Luquet entrevista a ministra do Meio Ambiente Marina Silva | Foto: Reprodução/MyNews
Não podemos ter uma visão de fundamentalismo fiscal sobre a ação do governo contra as queimadas. Foi o que afirmou ao MyNews a ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que conversou nesta semana com a jornalista Mara Luquet diretamente de Brasília.
Para Marina, a meta fiscal é fundamental para qualquer país que queira estabilizar a economia e atrair investimentos. Apesar disso, o combate a desastres ambientais é urgente e não pode ser tido como menos importante do que o cumprimento da meta fiscal.
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O Brasil encerrou o mês de agosto de 2024 com o pior número de queimadas em 14 anos. Foram 68.365 ocorrências — o quinto maior da série histórica, iniciada em 1998, e uma alta de 144% em relação ao mesmo período de 2023.
Setembro já ultrapassou o número de focos de incêndio de agosto e é, até o momento, o pior mês deste ano quanto ao número de queimadas. O mês acumula 76.389 focos de incêndio. Em 2024, são 203.440 ocorrências do tipo.
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“A meta fiscal não é um problema. O que é uma pedra no caminho é o fundamentalismo fiscal. Você não pode imaginar que um país em chamas, um estado destruído como o Rio Grande do Sul não devesse ter R$ 80 bilhões de ajuda para sua reconstrução”, disse Marina.
“Você tem que sair do fundamentalismo religioso e tirar esse recurso de dentro da meta. Não podemos ter uma visão de fundamentalismo religioso que diz: ‘Deixe o Brasil queimar'”, acrescentou a ministra, ressaltando que mais recursos devem ser liberados ao longo dos próximos meses de seca.
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Em agosto, o governo autorizou crédito extraordinário de R$ 170 milhões para ações de combate às queimadas. Depois, em setembro, mais R$ 514 milhões. Segundo Marina, não há “fundamentalismo fiscal” no governo.
A ministra endossou a postura do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que cobrou ações mais efetivas do governo federal e autorizou gastos fora das regras de responsabilidade fiscal para combater as queimadas. Em 19 de agosto, ele afirmou que as medidas para combater o surto de queimadas no país tentam “evitar o fim do mundo” e que “nunca viu alguém parar uma guerra por teto fiscal”.
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